WITTGENSTEIN, O FIM DA FILOSOFIA

   Quando Bertrand Russel conheceu Wittgenstein pensou que ele fosse um louco. Russel, maior lógico do século XX, não percebeu de primeira mão o alcance do pensamento de Ludwig. E nem o perigo que havia naquela mente. Pois em Witt ( me permitam o chamar assim ) morava o fim da filosofia. Pouco depois desse primeiro encontro, Russel reconheceria que em Wittgenstein havia um gênio. O inglês se maravilhava com a clareza do pensamento do austríaco.
   Ludwig herda uma fortuna então. Vai para uma floresta na Noruega e lá constrói uma cabana. É nessa cabana de madeira que ele escreve seu "Tratado..."
   Vem a primeira guerra e ele combate. É feito prisioneiro. Após a guerra, em 1920, lê Tolstoi, que o deixa profundamente tocado. Influenciado pelo gênio russo, estuda os evangelhos e distribui sua fortuna aos parentes.
   Torna-se um professor primário na Austria e desenha para sua irmã a primeira casa modernista do país.  Conhece o círculo de Viena, círculo que o endeusa. Em 1929 está em Cambridge, onde se torna professor. Na Inglaterra, pobre, rompe definitivamente com Russel. Com Russel, renega todo racionalismo.
   Vai à Irlanda onde escreve as "Pesquisas Filosóficas". Converte-se ao catolicismo. Naturaliza-se inglês em 1938. Falece de câncer em 1951.
   Seu pensamento permeia todo o pensamento do século. Vai da linguística ao racionalismo matemático, depois vai da lógica ao intuitivo. Mais que tudo, ele VIVEU o que pensou.
   Critica a filosofia tradicional.
   A filosofia desconhece o símbolo. E, portanto, não sabe usar a linguagem. Wittgenstein, nesse primeiro momento, tenta criar uma linguagem perfeita, lógica.
   Mas, o que há de comum entre a linguagem e o ser não pode ser dito, mas apenas mostrado. Pois tudo o que pode ser dito participa da estrutura da linguagem, que é artificial.
   A maior parte das questões e proposições filosóficas não é própriamente falsa, mas desprovida de sentido. Não podemos responder tais questões, mas apenas afirmar sua falta de sentido.
   As proposições filosóficas são apenas má gramática. Uma discussão filosófica é sempre um erro.
   A FILOSOFIA NÃO É UMA TEORIA, É UMA ATIVIDADE, DEVE ESCLARECER A LINGUAGEM.
   É impossível dizer o que quer que seja em relação ao mundo enquanto totalidade, e tudo o que se diz e se pode dizer se refere a partes do mundo, pois não se está fora, mas dentro dele.
   O QUE NÃO PODE SER PENSADO NÃO PODE SER DITO. TUDO É INEXPRIMÍVEL E O INEXPRIMÍVEL COMPREENDE A TOTALIDADE DA LÓGICA E DA FILOSOFIA.
   Esse um resumo dos resumos do pensamento de Witt.
   Depois disso, dizer mais o que?