HOMENAGEM À ROBERT CAPA

Deem-me uma guerra para lutar. Mas que seja justa, que eu possa atirar em nazistas. Libertar judeus e ciganos, me sentir vivo.
Me deem uma cidade em ruínas para reconstruir. Unida por ter vencido um inimigo. Eu quero vizinhos em abrigos onde se dividem coisas que são poucas. Deixem-me querer pouco.
Eu quero viver e o homem, falemos a verdade, nasceu para a ação.
Para onde foram meus partisans? Onde morreram os bolcheviques? Confederados e cruzados, onde estão? Me canso de lutar em telas ou de me jogar em abismo ( amarrado ) tentando uma emoção.
Essa molecada que se entope de crack e fica por aí gastando energia no mal. Lhes falta onde viver. É só isso, e é terrível de dizer. Nos falta um campo de batalha onde provar a vida e o valor.
Quero inimigos e poder odiá-los.
Para assim poder amar meus companheiros.
Quero proibições e perigos.
Para poder os derrotar.
Meus partisans, onde foram?
Se tudo vale, nada tem valor. Se tudo é relativo, nada é de verdade.
Vejo essas fotos de Capa e os rostos que nelas estão. Por que eles parecem tão de verdade? E por que tantos rostos de hoje parecem ser tão falsos?
Quero o cheiro de corpos reais, e a falta de jeito de quem nunca posou.
Uma guerra justa para ser vencida. Ser o tigre em seu jangal.