VI HOMENS NA AMÉRICA QUE USUFRUEM A MAIOR DAS LIBERDADES E RECEBEM A MELHOR DAS EDUCAÇÕES E CUJA CONDIÇÃO É DAS MAIS FELIZES. PARECIA-ME QUE SEUS ROSTOS ESTAVAM ESCURECIDOS COMO POR UMA NUVEM. PARECIAM-ME GRAVES E TRISTES, MESMO QUANDO SE DIVERTIAM. OS HABITANTES DOS EUA AGARRAM-SE ÀS SUAS POSSES MATERIAIS COMO SE ESTIVESSEM SEGUROS DE QUE NÃO MORRERÃO NUNCA, E VIVEM TÃO ANSIOSOS PARA PEGAR O QUE POSSA ESTAR AO ALCANCE DA MÃO QUE PODERÍAMOS PENSAR QUE ESTÃO PERPÉTUAMENTE COM RECEIO DE DEIXAR ESTA VIDA ANTES DE TEREM SIDO CAPAZES DE USUFRUIR DE SEUS BENS. ELES AGARRAM CADA PRAZER PASSAGEIRO, MAS NÃO OS RETÊM, E LOGO OS DEIXAM ESCAPAR, PARA PERSEGUIR PRAZERES NOVOS.
Este texto foi escrito por Alexis de Tocqueville no século XIX. Profético. Hoje todos somos "América". Ler isto me lembrou um dito de Paulo Francis: "Os americanos foram criados como uma nação de religiosos timidos. Mas a história os obrigou a se tornarem protagonistas. Um americano é sempre um nerd-timido tentando ser um extrovertido. Está sempre pressionado. Daí a figura do rei-do-rock, do astro do esporte, do drogado. Nerds em férias. Eles desconhecem o sexo com amor. Para eles há o amor-lindo ou o sexo-sujo."
Para mim o bom americano é o pioneiro. Ele tem de se mover, de andar, de procurar. Quando ele cessa de ir embora se torna um doido de pedra. É por aí.