No começo da estrada a coisa veio como golpe de vento frio em meu rosto. Melhor, um tapa e uma palavra dura : - Acorda !
Após esse acordar eu olhei para todos os rostos e não mais pude vê-los em sua fantasia falível.
A vida me revelou sua jóia. Pedra gelada que queima as mãos de quem a acaricia.
Você vive e vê um milhão de finais...e aquilo que não parte, afundando em saúde e beleza, desfaz-se lento e macilento, na triste morte de coisas esquecidas.
Dia a dia a vida entrega-se aos finais. Se tudo é finito o que tem valor ?
No começo da estrada essa neve cai sobre minha cabeça e clareia a visão de meu futuro, se tudo parte e fenece, o que faz a vida valer ?
Melhor ser então o que morre logo, com ombros altos e brilho na face a se deixar roer pelas dores das manias e os ritos da senilidade. Pois não existe amor velho.
Se os outros soubessem... é impossível ambicionar perante a ruína e é grotesco pensar em glória ao se saber onde todas as glórias vão.
Livros e música e tudo o que permanece é a Lua que faz silêncio e o negro vazio do céu.
Meu amor permanece por ter sido morto jovem. Permanece como um cantor e como sua canção. Amor que não conheceu a secura de rugas e a tolice de papadas.
E desde aquele vento frio estourando em meu rosto nada tem valor perante a Lua.
Suas alegres conversas são rolhas voando e caindo no lixo. Esta festa tem a duração de um ronco. Mas o canto daquele amor falido, esse nos acompanha até o vazio.
Toda a rua tem sua morte e em todo dia há mortos esquecidos. Nada será amanhã belo como agora, a não ser o amor falecido...
Escrevo isto após assistir " os vivos e os mortos" de Huston e após reler "the dead" de Joyce.
Em meio ao tolo bla bla bla de uma noite, nasce a lembrança de uma paixão morta.
E nada vivo tem o peso desse amor falecido.
Conto e filme, tanta coisa e só isso.
Conto, tudo.
Filme, lindo.
Joyce também percebeu cedo que só a morte importa.
Huston desde sempre só flertou com ela. Esperou-a para fazer seu filme mais pessoal.
É só isso.
A Lua fria e o vazio do céu. E alguém que também percebeu...
Após esse acordar eu olhei para todos os rostos e não mais pude vê-los em sua fantasia falível.
A vida me revelou sua jóia. Pedra gelada que queima as mãos de quem a acaricia.
Você vive e vê um milhão de finais...e aquilo que não parte, afundando em saúde e beleza, desfaz-se lento e macilento, na triste morte de coisas esquecidas.
Dia a dia a vida entrega-se aos finais. Se tudo é finito o que tem valor ?
No começo da estrada essa neve cai sobre minha cabeça e clareia a visão de meu futuro, se tudo parte e fenece, o que faz a vida valer ?
Melhor ser então o que morre logo, com ombros altos e brilho na face a se deixar roer pelas dores das manias e os ritos da senilidade. Pois não existe amor velho.
Se os outros soubessem... é impossível ambicionar perante a ruína e é grotesco pensar em glória ao se saber onde todas as glórias vão.
Livros e música e tudo o que permanece é a Lua que faz silêncio e o negro vazio do céu.
Meu amor permanece por ter sido morto jovem. Permanece como um cantor e como sua canção. Amor que não conheceu a secura de rugas e a tolice de papadas.
E desde aquele vento frio estourando em meu rosto nada tem valor perante a Lua.
Suas alegres conversas são rolhas voando e caindo no lixo. Esta festa tem a duração de um ronco. Mas o canto daquele amor falido, esse nos acompanha até o vazio.
Toda a rua tem sua morte e em todo dia há mortos esquecidos. Nada será amanhã belo como agora, a não ser o amor falecido...
Escrevo isto após assistir " os vivos e os mortos" de Huston e após reler "the dead" de Joyce.
Em meio ao tolo bla bla bla de uma noite, nasce a lembrança de uma paixão morta.
E nada vivo tem o peso desse amor falecido.
Conto e filme, tanta coisa e só isso.
Conto, tudo.
Filme, lindo.
Joyce também percebeu cedo que só a morte importa.
Huston desde sempre só flertou com ela. Esperou-a para fazer seu filme mais pessoal.
É só isso.
A Lua fria e o vazio do céu. E alguém que também percebeu...