Estou no meio deste livro. Mas ele é tão bom que preciso falar alguma coisa sobre.
Ele começa na infância de Augie, e Bellow é tão esperto que ele nos confunde. Durante essa infância ele faz com que nos sintamos como se vivêssemos outra vez nessa confusa fase da vida. O que temos são fragmentos mal compreendidos de vida. Rostos em flash, frases não explicadas e principalmente, uma maravilhosa e constante descoberta. São cem páginas de descobertas. Pessoas e mais pessoas que surgem sem motivo, acontecimentos pouco explicados.
Então vem a puberdade e a vida começa a se explicar. Agora as coisas têm um porque, as palavras significam algo, os personagens se explicitam. Augie se torna real. É estupedificante. Saul Bellow esbanja talento, sobra, é um gigante. As paixões de Augie, a relação com a família, o absurdo humor de tudo aquilo. O universo deste livro me encanta e desejo que jamais termine.
A habilidade em criar tipos beira o Shakespeareanismo ou o Dickensianismo. Centenas. Todos únicos, fascinantes e hilários. Desde o poderoso chefão tetraplégico até a milionária que quer adotar. Mas Augie é o melhor. Trata-se de herói completo. Augie não renuncia a nada, não abre mão de ser o que deseja ser, se estropilha todo, mas segue sendo livre, e o mais importante, Augie se interessa pela vida, por toda a vida. Ele se torna um dos meus mais caros heróis.
Como em todos os livros de Bellow, seu talento é tamanho que toda página tem alguma frase lapidar, alguma descrição perfeita e um toque de profunda filosofia. E tudo com satanico humorismo. Veja esta : na vida só importa o que vem fácil. O que requer esforço não é para voce. Lutar por uma mulher ou por um emprego nunca vale a pena. Isso não era pra voce. Quem ensina isso a Augie é um mexicano ladrão de livros e gênio em matemática. Outra : Augie sabia que nunca iria escrever para Avignon ou vencer uma guerra, mas, lendo esses livros, ele sentia fazer parte disso tudo. Um mundo maior. Era como a morte. Sabíamos que ela estava sempre alí, num canto do quarto, mas amávamos mesmo assim.
Nunca lí descrição melhor sobre o amor a leitura. Eu sei que jamais irei viver um amor como o de Heathcliff e Catherine ( MORRO DOS VENTOS UIVANTES ) mas creio neles e ao ler sua história FIZ PARTE DISSO. Pois agora estou no hilário mundo de AUGIE MARSH. Mundo de ladrões, mulheres vagabundas e falidos safados. Não quero outra vida. É um livro/universo precioso. Quando o terminar escreverei mais.
Ele começa na infância de Augie, e Bellow é tão esperto que ele nos confunde. Durante essa infância ele faz com que nos sintamos como se vivêssemos outra vez nessa confusa fase da vida. O que temos são fragmentos mal compreendidos de vida. Rostos em flash, frases não explicadas e principalmente, uma maravilhosa e constante descoberta. São cem páginas de descobertas. Pessoas e mais pessoas que surgem sem motivo, acontecimentos pouco explicados.
Então vem a puberdade e a vida começa a se explicar. Agora as coisas têm um porque, as palavras significam algo, os personagens se explicitam. Augie se torna real. É estupedificante. Saul Bellow esbanja talento, sobra, é um gigante. As paixões de Augie, a relação com a família, o absurdo humor de tudo aquilo. O universo deste livro me encanta e desejo que jamais termine.
A habilidade em criar tipos beira o Shakespeareanismo ou o Dickensianismo. Centenas. Todos únicos, fascinantes e hilários. Desde o poderoso chefão tetraplégico até a milionária que quer adotar. Mas Augie é o melhor. Trata-se de herói completo. Augie não renuncia a nada, não abre mão de ser o que deseja ser, se estropilha todo, mas segue sendo livre, e o mais importante, Augie se interessa pela vida, por toda a vida. Ele se torna um dos meus mais caros heróis.
Como em todos os livros de Bellow, seu talento é tamanho que toda página tem alguma frase lapidar, alguma descrição perfeita e um toque de profunda filosofia. E tudo com satanico humorismo. Veja esta : na vida só importa o que vem fácil. O que requer esforço não é para voce. Lutar por uma mulher ou por um emprego nunca vale a pena. Isso não era pra voce. Quem ensina isso a Augie é um mexicano ladrão de livros e gênio em matemática. Outra : Augie sabia que nunca iria escrever para Avignon ou vencer uma guerra, mas, lendo esses livros, ele sentia fazer parte disso tudo. Um mundo maior. Era como a morte. Sabíamos que ela estava sempre alí, num canto do quarto, mas amávamos mesmo assim.
Nunca lí descrição melhor sobre o amor a leitura. Eu sei que jamais irei viver um amor como o de Heathcliff e Catherine ( MORRO DOS VENTOS UIVANTES ) mas creio neles e ao ler sua história FIZ PARTE DISSO. Pois agora estou no hilário mundo de AUGIE MARSH. Mundo de ladrões, mulheres vagabundas e falidos safados. Não quero outra vida. É um livro/universo precioso. Quando o terminar escreverei mais.