o lugar do pai

Não é fácil.
Recordo um poema de Seamus Heaney. Ele diz que o pai se foi, e o bastão agora é dele.
É exatamente essa a sensação. O bastão pesa. Dá poder. E dor. Agora eu defendo a família. Agora posso ser como ele. Me pego com seus trejeitos, suas piadas. As repito. Me observo orgulhoso de minha origem. Meu sangue, meu sotaque.
Mas não é simples.
Um iluminado como Ozu passou trinta filmes descrevendo esses laços, essas transições, esses dramas discretos.
Nada é mais importante.