O melhor dos diretores ( aquele que fazia grande arte e comércio pop ao mesmo tempo ), dá em VERTIGO o mais devastador retrato sobre a ilusão do amor.
Não contarei sua história para não adiantar sua magia. Direi no entanto, que jamais uma cidade foi mais bonita que a SanFran do filme, com seus azuis e amarelos da primeira parte "sonhadora" e seus neuróticos verdes e cinzas da segunda parte. O filme, quase sem diálogos, é como um sonho-alucinógeno, e nos faz realmente sentir o que seu protagonista sente.
Pierre Boulez disse que a trilha sonora deste filme ( bernard herrman ) é a mais perfeita da história cinematográfica. Não sei se ela é, mas direi que ela é hipnótica, wagneriana, obsessiva, inesquecível.
James Stewart tem aqui aquela que é possivelmente a melhor atuação já vista. Ele passa, na hesitação de sua voz, no olhar ansioso, toda a carência, todo o amor do personagem. Sua sina, seu futuro vazio, o seu medo.
Como todo filme de Hitch, o crime é mero pretexto para sua profunda análise da doença humana, das taras e psicoses, das dores e mentiras do mundo. E tudo isso, que em outras mãos se transformaria em arte hermética e obscura, com Hitch se torna diversão simples, direta, nítida e nada pedante, porém, profunda.
Suas cenas recordam muito TAXI DRIVER, a personagem feminina mostra um desamparo tocante e é este o filme que deixa mais clara a afinidade que Bunuel sentia por Hitchcock.
Seu final, trágico-imperfeito-abrupto-louco e vazio, é dos mais cruéis já filmados e ficamos sentindo a mesma dor absurda de Stewart.
Inesquecível, ele nos faz pensar muito. Nas mentiras do amor, na ilusão que criamos para nós mesmos, na busca inutil pela perfeição, e na música irresistível dessa ilusão.
Um dos maiores filmes já feitos e sem dúvida é este o mais moderno e influente dos filmes.
Hitchcock é o cara.
Não contarei sua história para não adiantar sua magia. Direi no entanto, que jamais uma cidade foi mais bonita que a SanFran do filme, com seus azuis e amarelos da primeira parte "sonhadora" e seus neuróticos verdes e cinzas da segunda parte. O filme, quase sem diálogos, é como um sonho-alucinógeno, e nos faz realmente sentir o que seu protagonista sente.
Pierre Boulez disse que a trilha sonora deste filme ( bernard herrman ) é a mais perfeita da história cinematográfica. Não sei se ela é, mas direi que ela é hipnótica, wagneriana, obsessiva, inesquecível.
James Stewart tem aqui aquela que é possivelmente a melhor atuação já vista. Ele passa, na hesitação de sua voz, no olhar ansioso, toda a carência, todo o amor do personagem. Sua sina, seu futuro vazio, o seu medo.
Como todo filme de Hitch, o crime é mero pretexto para sua profunda análise da doença humana, das taras e psicoses, das dores e mentiras do mundo. E tudo isso, que em outras mãos se transformaria em arte hermética e obscura, com Hitch se torna diversão simples, direta, nítida e nada pedante, porém, profunda.
Suas cenas recordam muito TAXI DRIVER, a personagem feminina mostra um desamparo tocante e é este o filme que deixa mais clara a afinidade que Bunuel sentia por Hitchcock.
Seu final, trágico-imperfeito-abrupto-louco e vazio, é dos mais cruéis já filmados e ficamos sentindo a mesma dor absurda de Stewart.
Inesquecível, ele nos faz pensar muito. Nas mentiras do amor, na ilusão que criamos para nós mesmos, na busca inutil pela perfeição, e na música irresistível dessa ilusão.
Um dos maiores filmes já feitos e sem dúvida é este o mais moderno e influente dos filmes.
Hitchcock é o cara.