AS BRUXAS DE SALEM de nicholas hytner
se mantém a força do texto alegórico de arthur miller. daniel day lewis e paul scofield seguram o filme. 5.
POR AMOR OU POR DINHEIRO de bertrand blier
blier sempre faz filmes que procuram fugir do padrão. não se tratam de comédias, nem dramas, sequer aventuras ou alegorias. este é uma quase comédia. sem graça. 1.
O MENSAGEIRO DO DIABO de charles laughton
para quem não sabe, laughton foi um dos maiores e mais conhecidos atores ingleses de cinema. gordo, com cara de sapo, gay assumido, brilhou como rembrandt, como henrique viii e em filmes de hitchcock e wilder. este filme, de 1955, foi o único dirigido por ele. é considerado uma obra-prima e foi fracasso de crítica e público na época. fácil entender o porque : trata-se de uma comédia gótica afiadíssima! um filme que tim burton ou david lynch adorariam ter feito. a história trata de um pastor que se casa com viúva. comete o assassinato para ficar com o dinheiro. os dois filhos da viúva conseguem fugir e ele os persegue. isso tudo contado em clima de sonho/pesadelo, sombras expressionistas, cortes precisos e um robert mitchum perto do milagroso ( seu papel se tornou referencia ). na parte final, quando as crianças encontram a velhinha boazinha ( lilian gish ), voce quase tem um orgasmo de tanto prazer em estar vendo tal obra-prima. DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A EMBRIAGUEZ DO SUCESSO de alexander mackendridk
filme de 1958, dirigido por um grande diretor ingles de comédias e que dirige aqui, nos eua, seu único drama. fracasso na época ( de público ), traz burt lancaster em mais um grande desempenho, com seu rosto de pedra pleno de autoridade e força viril. mas é tony curtis, o subestimado curtis quem rouba o filme, fazendo um vilão patético e mesquinho. o filme ( cheio de jazz e clima cool ) trata de um jornalista que domina carreiras com suas fofocas. curtis é o auxiliar puxa-saco desse poderoso homem de midia. o filme, cheio de fel e com falas exuberantes, mostra a derrocada dessa carreira e a inexorabilidade de seus destinos. cínico, amargo, brilhante! 9.
RICARDO III, UM ENSAIO
única doreção de al pacino. obrigatório para quem trabalha com teatro ou ama a cultura. 7.
O DESTINO BATE A SUA PORTA de bob rafelson
rafelson, diretor de head e cada um vive como quer, dirigiu este new-noir em 1982, usando jack nicholson e uma jessica lange cheia de sexualidade vulgar. se trata de um bonito filme que não tem aquilo que os noir clássicos tinham de melhor- nervos! mesmo assim é fácil de assistir, lange está maravilhosa e o choro final de jack é coisa que justifica uma carreira inteira. 6.
BEIJOS E TIROS de shane black
primeira direção do roteirista dos filmes lethal weapon. robert downey é um ladrãozinho de quinta que vira ator em ´hollywood ( é uma comédia ). val kilmer ( bem ) é um detetive gay e a lindíssoma michelle monaghan está no elenco. o filme é ágil, alegre, os capítulos têm nomes de títulos dos livros de chandler..mas falta loucura. os coen fariam dele uma festa! como está, é apenas um divertido produto meio termo. 6.
RESGATE ABAIXO DE ZERO de frank marshall
marshall, roteirista e produtor de vários filmes de spielberg, nos apresenta uma aventura antártica. para quem gosta de cães ( eu os idolatro ), é obrigatório. como cinema, é sessão da tarde das boas. 7.
FILMES PSICODÉLICOS FEITOS EM PLENA VIAGEM PSICO
PARTNER de bernardo bertolucci.
em 1968 bertolucci resolveu filmar partner, baseado numa novela de dostoievski. mas, em meio as filmagens explodiu o maio/68 e bernardo jogou o roteiro fora e passou a improvisar. o filme, fascinante, mistura lacan com nietzsche e tem uma trilha sonora de ennio morricone que é absolutamente genial e radical. pierre clementi, ator francês que era viciado em heroína, tem uma das atuações mais maníacas, inesquecíveis, originais, revolucionárias que já ví. ele apresenta completo domínio do corpo, total entrega e uma quase loucura digna de klaus kinski, bruno s ou falconetti. o filme fala de máscaras, de duplos, do quanto nós todos somos fingidos e de alienação. uma quase obra-prima e o mais difícl filme de um cineasta que jamais se acomodou. 8.
PERFORMANCE de donald cammel.
filme maldito feito em 1970. cammel, que se suicidaria em 78, filma em londres, a história de um gangster ( james fox ) que se esconde na casa de um astro do rock ( mick jagger ). nessa casa, o gangster prova sexo, drogas e muito rock e se torna um jagger também ( ou não ? ). o filme, que ainda tem anita pallemberg ( ex- brian, na época esposa de keith ) num papel de junk-bissexual, é absolutamente fascinante e muito inspirador. aqui é criado o conceito de glam-rock e se voce quer saber o que velvet goldmine tentou mostrar veja este filme radical. mick era incrivelmente magro, efeminado, drogado e o filme é hipnótico, macio, colorido e nem um pouco paz e amor. único, ele é aquilo que bergman faria se fosse mais jovem e ingles. 9.
PSYCH OUT de richard rush
jack nicholson tem muita história pra contar. ele está neste filme de 68, feito em san francisco, no auge do movimento hippie. uma moça foge de casa e vai parar em sanfran. conhece os hippies e passa a viver com eles. o filme é fraco, amador, constrangedor, e jack usa um péssimo cabelo. mas tem um clip fantástico dos inacreditáveis the seeds e mostra o que eram os tais hippies. o que eles eram ? drogados classe-média deslumbrados com sexo. comparando este filme com performance vemos que londres nos 60 era mais lsd, mais reichiana, mais individualista, mais psicótica. sua trilha era pink floyd, soft machine e gong. sanfran é mais alegre, comunitária, machista, mais anfetaminas e marijuana, mais byrds, grateful dead e love. hippies americanos se interessavam em sexo, festas e protestos de rua. hippies ingleses queriam saber até onde se cérebro conseguiria enlouquecer. o filme vale como puro fun. 5.
BARBARELLA de roger vadim
e vadim, inventor de brigitte bardot, tenta lançar jane fonda como nova bb. jane está absolutamente linda e anita pallemberg é a vi´lã. psicodelismo para os não psicodélicos, o filme mostra que em dois anos o movimento já se tornara um produto bonitinho e anódino. 4.