dr jivago, aula de história

Imenso sucesso de bilheteria ( mas não de critica ), Jivago mostra para todos um tipo de cinema classudo, competente, porém, um pouco engessado.
Está lá a competencia de David Lean em montar cenas. Jamais percebemos os cortes. As tomadas se encadeiam naturalmente, todas com o tempo exata e caminhando em cadencia musical. A camera nunca chama a atenção sobre sí mesma, ela é como a caneta que escreve a página. Mas, o David Lean, jovem-ousado dos anos 40 já se fora. Ele ilustra o belo roteiro de Robert Bolt, mas não cria-acrescenta nada. ( As excessões são a belíssima cena no palácio de gelo e a genialidade pura da cena à janela- aquela em que Tom Courtney briga com Julie... puro cinema mudo ).
Lean foi inteligente em diminuir as falas de Shariff, usando seus olhos chorosos como comentário à ação. Julie Christie, musa-maior, brilha com sua imensa força interior, seus olhos de fogo gelado, sua voz metálica. Podemos ainda admirar os lords monstruosos do teatro ingles: Ralph Richardson, como o pai de Geraldine Chaplin; Alec Guiness, como o irmão de Jivago; e Courtney como o noivo. Klaus Kinski causa imensa impressão como o intelectual louco.
Quanto ao fim do filme- não há quem não se comova...
O filme criou em 1965 o padrão Oscar; que se mantém até hoje nos filmes de Spielberg, Ridley Scott, Frank Darabont, Michael Mann e um imenso etc.