ANA KARINA, PORQUÊ ELA É...

Numa rua cheia de vida, cor, alegria.
Ela anda, linda, feliz, leve e canta. Encara a câmera ( Harriet ? ) e pisca o olho.
Pisca o olho para mim. Para você. E para mais ninguém.
Ana entra numa boate que é um bordel. Ameaça se despir, canta, seduz, e parece tão desamparada, tão corajosa, tão de verdade.
Em outro filme.
Ela anda com Belmondo ( há ator mais simpático ? ).
Ela lhe faz ser um revolucionário. Um anarquista suicida.
Mas é tudo tão colorido. Tão jovem. Tão cheio de vida.
Em outro ( na obra-prima VIVER A VIDA )
Ana se prostitui. Como quem vende bananas na feira. Sem dor. Sem sentido.
Mede seu corpo com a palma de suas mãos.
Fuma e sopra a fumaça.
E morre. Sem dor.
Existe algum mistério nessa mulher. Alguma coisa muito inocente e muito perversa.
Jean-luc nunca mais foi o mesmo sem ela.
E penso que os dois juntos nos exibem, em cada fotograma, o mistério risonho do verdadeiro e possível amor.
Eu sou apaixonado por Ana Karina.
Eu sou fiel.
E eu recebo seus filmes como beijos em meus olhos.