Se voce ama o cinema sofisticado, artístico, cheio de significados; poderá ler seus filmes como compêndios de taras, aberrações e uma crítica à paranóia do mundo atual.
Se voce procura o puro prazer estético, encontrará aqui o tipo de filme perfeito. Todo plano, toda cena é meticulosamente realizada. Tudo é planejado. A trilha sonora é sempre a melhor possível, a fotografia belíssima, os atores fantásticos.
E se seu caso é pura diversão, voce achará motivos fartos para se distrair, vibrar e ficar satisfeito.
Alfred Hitchcock foi o único diretor a equilibrar extremo apelo popular com requinte artístico superlativo.
Ele é compreendido por todos e amado pelo verdadeiro conhecedor de cinema.
Se eu citar os diretores que o idolatram ficarei citando nomes sem parar, mas basta Truffaut, De Palma, Chabrol e Gus Van Sant para percebermos sua abrangencia.
Porque? O que é tão especial nele ?
Ele domina a arte. Faz do filme, dos atores e da platéia o que quer.
Quando quer nos distrair, nos distrai. Nos engana e nos faz rir. Cria simpatias e aversões à vontade. E é o rei das imagens.
Quando digo imagens, não digo saber filmar um belo pôr-do-sol ou um close bonito. Isso qualquer diretor de fotografia experiente faz. Nem filmar uma longa perseguição de carros ou uma batalha de duas horas de duração. Isso é mérito do editor.
Falo em criar a imagem que informa, a imagem que dialoga com o público que assiste.
São cenas que nos dizem, sem nenhum discurso verbal, quem é aquele personagem, o que ele pretende, onde ele está e o que pode acontecer com ele. Essa é sua maestria. Esse é o tipo de cinema mais difícil de ser feito e é aquele que mede o grau de habilidade do diretor.
E nisso Hitch era/é imbatível.