RITMO, CRIATIVIDADE E EXUBERÂNCIA: O MAIOR COMPOSITOR DOS ÚLTIMOS CEM ANOS

Sons quase inaudíveis. Então uma flauta discreta. Cordas que são como fim de madrugada. Flauta de novo: um pássaro? Ritmo. Bartok domina o ritmo como quer. Metais dão o tom agora. Suspense! Eis as cordas...orientais? Não. Bartokianas= húngaras! Luta entre homens à cavalo. Ou não. Ritmo. Até agora foram apenas quatro minutos e já foram dúzias de ritmos que mudam sem cessar e dezenas de melodias que se completam em desarmonia harmônica. Óboe agora. E harpa. Paisagens. -------------- Depois.......... Eis um tambor em ritmo que se parte. Metais sinuosos dialogam. O tambor dá sua crítica. Cordas em pizzicato. Suspense bufo. Sucessão ininterrupta de motivos. Flautas em fogo fátuo. A melodia anda. Avança atrevida. Olha todo buraco, investiga. Bartok brinca. Uníssono de metais como jamais ouvidos. O tambor é tamborilar de gotas de chuva? Talvez sejam os Cárpatos. ---------------------- Elegia. As cordas nascem no absurdo de um mundo sem leis de física. Os sopros insistem em sua existência pré temporal, de onde o andar regredia. Nas bordas do universo há o que? Esta música talvez? Grave momento: as cordas dramatizam o momento, alguém ousa não querer morrer. Cordas que acusam. ................... depois ........................ Dança. Orvalho em comunhão com o ferro. Vida de metal e vida de água. Melodia enlevante. Até aqui foram criadas quantas melodias? Cem? Esta se vai também. Desvanece. Outra melodia: cômica. Outra melodia: andante. Corte!!!!! Milagre!!!1 Eis a melodia mais alegre possível!!!! Mas.............. ela também se desvanece. Outra melodia: romântica. Foi-se o romance. Outra agora.....Pesto! Metais heroicos. Cordas....que cordas são essas? Absurdo e impossível. Bumbos. Bumbos. Corre a música. Correeeeeeeeeee. Violinos em furacão. Metais. Deus amado, o homem era um gênio! Eis o maior compositor do século, Bela Bartok é seu nome. -------- Mais música ainda. Há tanta música nesta obra que desejamos que ela jamais termine. Óboe dialogando com fagote. Flauta diáfana. Sexo agora. E um fagote roncando. Mas agora...................................... Mas agora.................. Acelerando................ Ace.............le............ran............doooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo . Ouça o fundo, os violinos....os violinos....timbres orientais, passou, não mais, agora são militares, não mais, passou, agora são o que? Contra baixos e cellos? Que timbre é esse? Sempre lindo. Eis um fato! CONCERTO PARA ORQUESTRA de Béla Bartok.