A VOLTA DO FILHO PRÓDIGO - ANDRÉ GIDE

Prêmio Nobel, muito famoso, Gide era lido por todo século XX. Homossexual em um tempo em que ser gay não dava mídia à ninguém, ele foi um homem de coragem. Conheceu Wilde e Proust na juventude e viveu até os anos de 1950. Figura central da cultura francesa, conseguiu se manter à parte. Não era de grupo nenhum. Talvez por isso Gide é agora meio deixado de lado. Nossos leitores só entendem o mundo como blocos que se chocam. Uma alma livre como a dele parece coisa sem sentido. ----------------- Escritor entre 1890-1910, aqui temos contos, curtos, de Gide. O estilo é precioso. Gide escreve como ourives, cada palavra é um diamante em uma colar. Os temas são decisivos, aquele momento em que a vida e o amor se afirmam ou deixam de existir. Dentre esses contos, o mais longo e melhor é o que dá título ao livro. A parábola bíblica recontada em estilo esteticista. A volta do filho, a volta da alma pecadora à Deus. A volta ao lar. O ser ferido que retorna. Júbilo. Aceitação. Mas também dor e mal entendido. É belo. muito belo.