OS ELIXIRES DO DIABO - E.T.A. HOFFMANN

Freud adorava Hoffmann e não é difícil entender o porquê. Tudo em Hoffmann, autor romântico central do começo do século XIX, é divisão. Nada é UNO. Aqui vemos a história de um menino, destinado a ser um monge, que ao beber um líquido se torna um tipo de "protegido" do diabo. Nada de Fausto aqui, o diabo não surge e não propôe nada, ele é pressentido, sussurra conselhos, dá oportunidades, confunde. O monge, Medrado seu nome, primeiro se torna um orador admirado e vaidoso, depois sai ao mundo e em cada parada ele se torna "um outro". Hoffmann cria um ambiente de sonho, as coisas se misturam, as pessoas percebem coisas nele que nem ele mesmo suspeitava. Ele mata sem saber que foi ele quem matou, ele muda sem saber que mudou, ele se cinge em dois sem ter ideia de porque. --------------------- Lemos e nos perdemos com ele. Vamos ao seu lado, sem entender se aquilo tudo é real ou se Medrado delira o que lemos. A confusão é completa.