LIVROS HEDONISTAS

Tenho um velho amigo que resolveu ser estoico. Por que eu não sei. Anti cristão, esquerdista chique, ele não percebe que todo cristão real é um estoico. Não entrei em detalhes, mas ele disse que Marco Aurelio acabou com sua ansiedade. Talvez ele pense que ser estoico é abrir mão de qualquer expectativa. ------------------ Eu sou naturalmente um hedonista. Quando olho o céu, lindo no verão, eu vejo um foco de prazer, de beleza e de liberdade. Toda minha vida é voltada para a busca da sensação de prazer e pela valorização do que é belo. A beleza me dá felicidade plena. Se a exitência é dor e limitação, e é, o prazer é aquilo que nos mantém de pé. ------------------ Todo fim de ano eu exercito a beleza lendo livros felizes. Geralmente eles são sobre comida, bebidas e viagens. Nesse anos, alguns que li são muito bons, outros não. Os 3 primeiros livros de Peter Mayle são dos melhores. Este ano encontrei em um sebo um livro sobre bebidas de um tal de Marcelino de Carvalho. Editado em 1967, é uma delícia. ------------------ Marcelino foi colunista social, homem chique e esnobe como ainda se podia ser em 1967. Feito de pequenos textos, ele tece elogios e conta casos sobre vinho, whisky, licores, champagne, gin. Todas as histórias são divertidas e ler esse livro é travar contato com um mundo de prazer que não mais existe. Como curiosidade, em 1967 beber champagne era considerado meio caipira, chique era conhaque e a vodka ainda mal se bebia. Ele ensina drinks, ensina o que beber com cada prato, quais as grandes safras, como se portar em cada situação. Deleitável. ------------ Çi tambpem o Vinhos de Boutique, escrito por Neal Rosenthal. São as memórias de um homem que resolveu vender os melhores vinhos. Chato. -------------------- Muito bom é um livro de Ferenc Maté, um húngaro que vive na Italia e compra um vinhedo na Toscana. A história da recuperação das uvas e da casa centenária é uma delícia! É para ler ao sol, tem gosto de vinho. -------------------- É isso.