CORE - STONE TEMPLE PILOTS, BOM PRA CACETE

Para quem amava rock, não houve tempo melhor que o começo dos anos 90. Sim, melhor que 1968 ou 1972 ou 1980. Isso porque em 1992 lançaram tudo de 68, 72 e 80 em cd. E havia uma novidade: gente com menos de 25 anos usando cabelo comprido. ------------------ Não dava mais pra aguentar o rock minimalista dos anos 80. Era preciso retomar o rock hedonista, grande, de arena dos anos 70. Minha alegria, imensa, eu vivi os anos 90 com prazer vingativo, foi ver bandas desprezadas em 1984 voltarem a dar as cartas: Black Sabbath, Led Zeppelin e também Thin Lizzy, Humble Pie e Free. De repente ouvir Alice Cooper não era mais vergonha. E a maior banda da hIstória se tornou, enfim e para sempre, o Led Zeppelin ( sim querido, todo ano conheço alunos e alunas de 14 ou 15 anos que amam o Led Zeppelin ). ------------------ MTV: Alice in Chains, Soundgarden, Pearl Jam, Nirvana, mas também Porno for Pyros, Faith No More, Sonic Youth, Primal Scream, Happy Mondays, Smashing Pumpkins e imenso etc. O POP era de George Michael, Madonna, Prince, Lenny Kravitz e fofuras como Betty Boo, Deee Lite, Right Said Fred ou o grande Seal. No RAP, em auge de audácia, Public Enemy, NWA, De La Soul, Ice T, Beastie Boys, Tone Loc, Young MC, Cypress Hill, House of Pain ------------------- Mas o que eu ouvia, sem parar, era Core, do Stone Temple Pilots. Uma mistura perfeita da sonoridade metálica com charme à The Doors. Robert De Leo era um guitarrista brilhante, riffs pesados à vontade e o irmão, Dean De Leo, tinha pegada de trator, no contrabaixo discreto. Eric Kretz é talvez o melhor baterista da safra 1990. Toca alto, vira com precisão, mantém o pedal ecoando. E Scott Welland seria o Jagger de sua geração se as drogas não tivessem feito dele um zumbi. Scott tinha beleza, era sexy, perigoso e sabia usar a voz, uma voz feita para o rock pesado. -------------- Core é puro rocknroll, não tem descanso, não cessa, não diminui, é trilha sonora daqueles anos mágicos em que o rock parecia ser o centro do mundo mais uma vez. Os críticos, chatos como sempre, preferiam muitas outras bandas, mas pra mim os STP eram perfeitos. Traziam algo da energia soturna dos Sabbath com a sem vergonhice tipo "olha! somos o máximo!!!" do Zeppelin de chumbo. Eles não tinham problema algum em fazerem um som que se afirmava como POP e pesado, viril e nem aí pra nada, real sem ser babaca. Puro rock porra! ------------------- Durou nada, durou muito pouco. Os 3 primeiros cds são do grande cacete. Ouvindo hoje, de novo, nada mudou. É bom, é puro, é como whisky sem gelo. Venceu o tempo, 30 anos já. Que eles sintam orgulho do que fizeram. Eu tenho de os ouvir, Pra sempre. ---------------- PS: Plush é um hino.