LLOYD COLE - DON'T GET WEIRD ON ME

Escrevi em outro post que uma boa banda ou artista POP tem em média 3 grandes anos, depois ele passa a reciclar aquilo que fez. Há excessões. Os Rolling Stones tiveram 7 grandes anos e o Led Zeppelin também os mesmos sete. Se voce olhar com isenção, verá que gente como U2 ou Pearl Jam foram inspirados durante 3 anos, depois tudo foi um grande refazer. Lloyd Cole foi grande em 1984, 1985 e 1986. Os tais 3 anos de média. O disco do qual falo agora é de 1991, seu segundo solo após o fim de sua banda, os Commotions. Eu sou apaixonado por Rattlesnakes e Easy Pieces, os discos de 84-86 da banda. Mas, como Cole é um grande cara, é óbvio que nada do que ele faz pode ser ignorado. Este disco tem alguns momentos de sublime beleza. Lloyd Cole entende o que seja belo. Não nega sua raça. ---------------- Nas seis primeira faixas ele usa uma banda convencional de rock. O baterista e o guitarrista são Fred Maher e Robert Quine, os dois vindos da banda de Lou Reed, músicos que tocaram na obra prima que é New York. Mas não espere que Lloyd faça aqui um disco à Lou Reed. O som nessas faixas é POP bonito, meio rock meio folk, o estilo que ele seguia em 1984 porém com menos euforia e menos ingenuidade. Menos belo. Nas 5 faixas seguintes ele usa uma orquestra arranjada por Paul Buckmaster, e aí a coisa fica belíssima! --------------- Buckmaster é figura importante do rock e do Pop. Em 1969 foi ele quem fez os arranjos de Space Oddity de Bowie e em 1970 trabalhou na orquestra que acompanhava Elton John em Your Song. Nas décadas seguintes continuou sendo chamado para escrever aquele modo sublime com que ele embala e enlaça melodias inspiradas. Neste disco ele usa seu dom com elegância e discrição. Lloyd Cole faz uma mescla de Burt Bacharach com Leonard Cohen. Funciona às maravilhas, são 5 grandes canções. É um belo disco.