UM HOMEM DE LUZ, STAND! by SLY STONE
Sly e sua família Stone eram A BANDA, a coisa mais importante acontecendo no tempo de Beatles e Hendrix. Jimi logo percebeu isso e mudou seu som. Electric Ladyland traz o groove, o balanço sacolejante de Sly. Mas não foi só Jimi, outro génio, Miles Davis, virou fã. Unir seu jazz ao som de Sly. E como era esse som? ----------------- Era uma mensagem de paz e de alegria, que não poderia, óbvio, durar. Entre 1968-1970, Sly Stone era uma mensagem de união: pretos e brancos, mulheres e homens, juntos. Mas, voce sabe, este é um mundo imperfeito e o pó veio pegar Sly. Em 1971 THERES A RIOT GOING ON, a grande obra prima da música black, é um pesadelo de paranoia. Mas eu estou aqui pra falar do solar STAND!, o disco de Sly que mais vendeu. ---------------- Stand! Abre em festa. Nasce o funk, nasce o som do futuro. É um disco pra dançar, mas acima de tudo pra ouvir. Larry Graham e Greg Errico impressionam, a batera e o baixo são protagonistas, mas há mais: Sly usa o estúdio, efeitos sonoros, timbres originais, sons que não sabemos como foram conseguidos. Dont Call me Nigger marca presença, é forte. Todo mundo conhece I want Take You Higher. Aqui nasce Prince e todo pop dos anos 80. Somebody s watching you mais Sing a Simple Song: Sons jorram de Sly com facilidade. Como acontecia com Paul MacCartney, Stevie Wonder, Ray Davies, elas não param de nascer. Ele está prenhe de música. Everyday People é mais uma obra prima em album que é coleção de pontos altos. Sex Machine: uma jam quase jazz, instrumental, a faixa que enlouqueceu Miles. São 13 minutos que deveriam ser 60. Por fim, You Can Make it if you Try. Não, não vou dizer que é um disco sexy, não é, sexy é RIOT, sexy é FRESH, disco de 1973. Este é alma, soul, espírito. Juntos, a Família Stone deu ao mundo alguns dos momentos POP mais esfuziantes, alegres, vibrantes da história. Era um emaranhado de guitarras em acordes distorcidos, teclados com efeitos de eco e de timbres absurdos, metais incisivos e vozes que convocavam todos a festejar. Festejar o que? As novidades, o novo mundo, a realidade que se renovava. ------- ---------------------- Um ano mais tarde viria a confusão: a construção do maior momento da música black, THERES A RIOT GOING ON, um pesadelo de cocaína, mortes, noites de voodoo e teclados do inferno com vozes em uivos que reverberam para sempre. Mas aqui não, Sly está feliz, está são e celebra as pessoas. E convida voce.