TOSCANINI REGE A SEXTA DE BEETHOVEN
Para quem não sabe, Arturo Toscanini é considerado o maior maestro da história. Em seu tempo seus rivais eram Furtwangler, Bruno Walter e Stokowski. Nascido no final do século XIX, ele estreia como maestro titular no Rio de Janeiro, regendo Aida de Verdi. Logo está no Scala de Milão, depois na Filarmônica de New York e por fim na Orquestra da NBC. Transmitindo por rádio, e desde 1948 por TV, seus concertos educaram o público americano. A classe média dos EUA, nos anos 40 e 50, consumia a música erudita aos milhares. Muito desse mérito se deve à Toscanini. --------------- Ouço hoje um cd RCA com uma gravação da Sexta de Beethoven, obra que conheço decorada. A orquestra é a da NBC e Toscanini realizou este trabalho em 1951. Ano passado ouvi alguns cds com regência de Toscanini e não gostei muito. O som parecia embolado e o tempo acelerado demais. Mas aqui o que ouço é a perfeição. Até agora é a melhor execução da Sexta que escutei na vida. Nos primeiros acordes eu já sinto a força do som: Poderosa, a orquestra soa poderosa, rica, forte, complexa e feliz, muito feliz. Toscanini italianiza Beethoven e isso não é problema algum, pois Beethoven era fortemente influenciado por música do sul. O CD continua rodando e o segundo movimento é ainda melhor. Colorido, ele baila e cada naipe tem sua hora realçada. Quando entra o terceiro movimento eu estou exultante, é uma execução heroica. A percussão explode em sons sanguineos e as cordas nunca caem na melosidade fácil, toda o grupo trabalha em comunhão exata e mesmo assim podemos ouvir cada nuance. O movimento final coroa toda a obra: é troféu de campeão. O que ouço é o modo como a Sexta deve ser tocada, ela dá o devido tamanho à Beethoven. Bravo!