HOSPITAL, UM FILME DE PADDY CHAYEFSKY

Que boa surpresa! Ouço falar deste filme desde que eu tinha uns 12 anos de idade, mas por causa do tema, sentia preguiça de o assistir. Sabia ter sido um grande sucesso em 1971 e que o roteiro, da lenda Paddy Chayefsky, havia ganho o Oscar. Então ontem o assisti, e me diverti, me intriguei, gostei, gostei muito. --------------- Paddy foi um escritor formado na TV dos anos 50. Escreveu telepeças das mais realistas do meio e revolucionou a TV comercial. No cinema, escreveu alguns dos roteiros mais explosivos dos anos 60 e 70. Em 1976 nos deu o arrada tudo NETWORK, um filme perturbador sobre o poder da TV, mas antes, em HOSPITAL, ele faz humor, humor muito, muito duro e negro, sobre a medicina. ------------- No melhor hospital de New York, acompanhamos o absoluto Kaos de seu dia a dia. Paddy não tem pudor, há sexo, assassinatos, suicidios, erros médicos às centenas, desprezo pela vida, vaidade, e para piorar tudo, acontece ao lado uma revolução social, daquelas típicas de 1971. George C. Scott, brilhante ao máximo, é o médico chefe, desiludido, suicida, perdido, agressivo. Ele se envolve com uma hippie que crê em magia e viagens astrais. Médicos morrem, enfermeiras são assassinadas, os revolucionários invadem o hospital. Exagero? Muito. Não se esqueça, o cinema dos anos 70 não temia o absurdo, a exuberância, o ridículo. O roteiro vai fundo na hilariedade do desespero. ------------ Arthur Hiller, recém vindo do mega sucesso de Love Story, não atrapalha. Conta sua história e deixa os atores brilharem. Diana Rigg é a hippie. Grande filme.