INSUPORTÁVEL, SALOMÉ DE RICHARD STRAUSS

Eis o moderno do começo do século XX. Serei eu um retrógrado? Mas como, se amo Bartok, compositor bem mais radical que Strauss? Posto isto, eu positivamente odiei Salomé. Mais que isso, parei aos 40 minutos. Não aguentei continuar a escutar essa massa histérica de vozes em briga alucinada. Que coisa sem sentido! Strauss, compositor de algumas coisas que gosto, mas sempre dando a sensação de ser hiper valorizado, apresenta aqui uma ópera que não apenas faz barulho, ela enerva. ------------------ Sempre em velocidade, a orquestra ataca literalmente. São os sons cacofônicos dos cartoons de Tom and Jerry. Porém, sem humor ou jazz. E acima de tudo, vozes que gritam, que discutem, que desarmonizam. Te parece bom? Não, não é. Pois inexiste o ponto que faz sentido. Seria bom se toda essa gororoba fosse temperada com um contraste, algum momento que nos dissesse: eis a coisa! Mas não... é confusão sem fim. E que parece não ter começo. ---------------- Salomé é inescutável e indesculpável. A tentativa, tola, de se fazer sobressair no tempo de Stravinski e Schoenberg. Não rolou. Fim.