OS FILHOS DE HIROSHIMA - KANETO SHINDO
1952. Numa ilha do Japão, bela e tranquila, uma professora dá aula. Ela se prepara para ir visitar o lugar onde nasceu, Hiroshima. Faz 4 anos que ela não vai para lá. Cruza o mar e chega ao lugar. Cena belíssima dentro de um filme maravilhoso: um long shot das fachadas da nova cidade que surge. Depois, o dia 6 de agosto de 1945, a bomba que cai. O cotidiano rompido. O átomo rompido. O kaos. A professora reencontra antigos amigos. Se interessa pelas crianças. Visita os locais. Inclusive o lugar onde os pais sumiram, desintegrados pela explosão. ---------------- Shindo faz um filme sóbrio. Sem apelar. Trata-se de uma pequena obra prima. Cada ato da professora traz dor e compreensão. Ela nunca julga, ela olha, observa e tenta melhorar o agora e o aqui. Não há raiva no filme. O que vemos é a piedade. Kaneto Shindo foi um dos cinco grandes cineastas clássicos do Japão. E como todos eles, seu modo de ver a vida é sábio por ser plácido. Não há histeria. Lindo.