FICÇÕES, JORGE LUIS BORGES
TLON, UQBAR, ORBIS TERTIUS. Descobre-se um sinal de uma civilização insuspeita. Onde tudo é, apesar de sua aparente absurdez, organizado, reto, objetivo. Então, e eis aí o que desejo destacar do conto, as notícias da descoberta dessa civilização são divulgadas. E o povo passa a absorver e a aceitar esse mundo absurdo como um novo mundo melhor. O MUNDO PASSA A SE DESINTEGRAR. Língua nova, nova história, nova geografia, novo modo de viver. -------------------- Todo esse final social eu não dera muita impostância ao ler o conto em 2005. Mas relendo-o hoje, no momento em que se trava uma guerra planetária entre o real e o imaginário, o caos e a ordem ilusória, o humano e o "novo" humano, assombra-me o modo lógico como Borges intuiu uma situação fantasiosa porém possível e até mesmo provável. PESSOAS ABRINDO MÃO DE SI MESMAS EM TROCA DE ORDEM E PROTEÇÃO. ------------ Mas há um conto ainda mais impressionante. A BIBLIOTECA DE BABEL é uma construção sem fim, onde repousam todas as combinações de letras possíveis. Veja a lógica: se houver um local onde TODAS AS LETRAS POSSAM SE COMBINAR AO INFINITO, formando assim desde sequencias como wwwyxxs até algo com "Eis uma verdade", então TODOS os livros do mundo, os antigos e os futuros, estarão lá contidos. Inclusive haverá um livro que conte toda minha vida. Por simples combinação de letras, TUDO será escrito. Nada mais poderá ser original, pois nela tudo já terá sido antecipado. Internet? Um super computador? Sim. Exatamente isso, inclusive no modo como as pessoas lidam com seus corredores e balcões escuros. -------------- Se no meu post abaixo digo que como estilista Borges é simples demais, como fantasista lógico ele é genial.