BENJAMIN BRITTEN
Ingleses consideram que sua música teve um renascimento no século XX. Alemães e franceses acham isso uma piada. Mas americanos e o resto do mundo sabem que é um fato: após um século fraco, o XIX, a música feita na Inglaterra voltou a ser relevante. Se não houve nada comparável a Ravel ou Stravinski, a Inglaterra produziu música muito boa, embora nem Willians e nem Elgar possam ser chamados de gênios. ------------- Holst, Vaughn Willians, Elgar, Delius, Walton, Britten....de todos esses nomes, há mais, Elgar é o mais famoso, mas é também o que não gosto. Willians é excelente e agora ouço Britten, autor que nunca ouvira antes. ------------- Benjamin morreu em 1976, com apenas 63 anos, e poderia ter vivido e produzido até os anos de 1990. Famoso em vida, lembro bem de que seu espaço nas lojas de discos importados era bem razoável. Com 16 anos de idade eu já tinha curiosidade em conhecer sua obra. E, ouvindo agora, não me decepciono. Ele é rico. Produz algo que realmente amo em qualquer tipo de música: timbres. Britten explora bastante os metais e a percussão e juntando os ingredientes certos ele cria sonoridades surpreendentes. Mas não apenas isso. Há ritmo, há calor, há bastante surpresa. Em Peter Grimes, na parte chamada Storm, Britten consegue compor algo que nos remete à mais bela das tempestades. No seu famoso Requiem, há um outro movimento em que uma explosão de sons nos conduz a prazeres absolutos. Britten não é genial, mas domina seu ofício, sabe fazer aquilo que deseja.------- Adrian Boult rege a Sinfônica de Londres em 1958. Boult, Sir Adrian Boult, é, ao lado de Beecham e Barbiroli, a tríade sagrada da batuta inglesa. Ele sabe o que faz. Bravo!