ANDEI E OUVI, ANDEI OUVINDO
Andei ouvindo umas coisas meio banais. Mas eu precisava as conhecer. Bernstein regendo vários compositores russos, por exemplo. Nos anos 60 reger compositores russos era IN. Mostrava que voce não tinha preconceito contra comunas. E Bernstein é o cara para quem foi criada a expressão "esquerda chique". Mas são compositores que não valem à pena. Por outro lado, ouvi uma coletânea de trechos de várias obras de Rossini e caramba!, chego a entender, mas não concordar, com o fato de Stendhal dizer que o italiano era maior que Beethoven. A música dele é empolgante. E numa época em que não havia como ouvir algo em casa, escutar Rossini, uma única vez, no teatro, deveria soar como algo bem mais impressionante que Beethoven. O alemão precisa de mais atenção e repetição. Rossini é de primeira. -------------- Postei um clip do jovem Pavarotti, uma voz impossível, cantando Rossini. É lindo e é pra sempre. Além disso, divido com voces a abertura de Guilherme Tell. Em 11 minutos há três dos movimentos mais conhecidos da história. Não há como ouvir certo trecho sem sentir uma tempestade castigando sua janela e derrubando árvores; não há como ouvir outro, sem sentir paz absoluta em um bosque perfeito; e quanto ao terceiro movimento...é o som da aventura. Essa música é parte do inconsciente coletivo do ocidente. Mesmo que nunca a ouviu sentirá o que digo. Aproveite.