BRUNO WALTER

Bruno Walter foi um dos três grandes maestros do século XX. No começo do som gravado, ele e Arturo Toscanini eram os dois stars. Nascido judeu na Alemanha de fins dos anos 1800, Walter foi amigo de Mahler e foi com o austríaco que ele aprendeu a reger. Quando os nazis surgiram Walter teve de fugir. Holanda, Suiça e finalmente os EUA. Comandou todas as grandes orquestras de lá. Se Toscanini brilhava pelo ritmo, Bruno Walter era o rei da força, sua ênfase era no poder da música. Ninguém regeu Mahler, Brahms, Beethoven como ele. Acabo de ouvir a SINFONIA NÚMERO 1, de Beethoven, com a Sinfônica da Columbia, com Bruno Walter regendo. Gravação de 1967, já do fim da vida de Bruno. Que posso dizer? Perfeição. Preste atenção no ataque. No modo como a orquestra explode, sob controle, nos momentos fortes. Walter dá vida à obra, obra que por sí é eterna. Dizem que nesta sinfonia o jovem Beethoven imita Mozart. Não ouço isso. Aqui ele já é Beethoven. Mozart não tem a gravidade que há nesta música. Beethoven tem sempre algo de rabugento, e isso inexiste em Mozart. Feliz, porém pesada. Atente: rabugice que dá profundidade, peso que dá valor. Adoro Beethoven. Essas característcas são positivas nele. ------------------------ Escrevo para quem ama a música mas pouco entende dela. Para novatos como eu sou. Então, dou aqui alguns nomes de maestros que são os mais importantes dos últimos 100 anos. Peço apenas que tomem um cuidado: para música do século XVIII escolham sempre austríacos ou italianos. Arturo Toscanini, Bruno Walter, Wilhelm Furtwangler, Adrian Boult, Thomas Beecham, George Szell, Pierre Monteux, Eugene Ormandy, Karl Bohm, Herbert Von Karajan, Lorin Maazel, Bernard Haitink, George Solti, Seiji Ozawa, Trevor Pinnock, Claudio Abbado, Daniel Barenboim, Leonard Bernstein, Fritz Reiner, Andre Previn, Simon Rattle, Carlos Kleiber, Neville Marriner, Erich Kleiber...óbvio que devo ter esquecido dúzias de maestros admiráveis. Mas, todos esses já escutei e reescutei. São gigantes.