UMA VIDA DE HEROI, POEMA SINFÔNICO PARA GRANDE ORQUESTRA, RICHARD STRAUSS
Gravação CBS de 1960. Orquestra da Philadelphia sob a direção de Eugene Ormandy. Ormandy foi um dos mais famosos maestros e 1960 é, talvez, o ano máximo das gravações de música clássica. ------------------ Strauss tinha 35 anos quando lançou esta obra em 1899. Já famoso, tanto como compositor quanto como maestro, Strauss foi duramente criticado por esta obra. O tal heroi da obra é ele mesmo. É um trabalho que transpira vaidade. ------------- Eu gosto de Strauss. Não é dos meus 10 favoritos, mas gosto de sua música. Ela tem sempre um brilho fresco, ritmos que se quebram, volumes que se adensam. Então coloco este disco para rodar. E já em seus primeiros minutos me decepciono. Strauss excessivo. Penso numa palavra para definir o que escuto, encontro: Desagradável. É música desagradável sem ser excitante. Sim, pois há música ríspida, incômoda que se faz inspiradora, que move sua alma. Mas não aqui. São ritmos que explodem e desaparecem sem causar emoção maior que repulsa. Tudo parece fora do ponto: alto demais, rápido demais, melodramático demais, selvagem demais, sempre demais! --------------------- A impressão que tive é a de que Strauss quis contar tanta coisa que acabou contando quase nada. Há tantas ideias que todas se perdem incompletas. O heroi é um engodo. ---------------- Ouvirei mais duas obras de Strauss. Conto depois.