RICHARD STRAUSS, DON JUAN + TILL EULENSPIEGELS

Talvez eu tenha sido injusto com Strauss em meu último post. Sim, ele não é um gênio, mas sem dúvida é um dos grandes dos últimos 100 anos. Ao contrário da música POP ou do jazz, no reino da música clássica, uma obra dificilmente pode ser bem avaliada na primeira escuta. O ideal é emitir opinião após a terceira ou quarta audição. Desse modo, sim, confesso que ao reescutar UMA VIDA DE HEROI, percebi que a obra é bem melhor do que eu escrevi abaixo. Há nela duas ou três melodias que são absorventes e instigantes. E também há ritmo, algo de que Strauss entende muito bem. ------------------------ Well....falando agora das duas obras acima, ouço DON JUAN pela terceira vez, e TILL pela quarta. Juan tem o sabor da aventura. Nesta versão de 1957, da ORQUESTRA DE CLEVELAND, sob George Szell, uma lenda esse maestro, a música corre, pula, foge e retorna mais ousada. Há em tudo o clima de uma festa, pausas amorosas, e a volta de brindes e risos. TILL é ainda mais esfuziante. Alegria plena, a música pipoca entre altos e planos, vales e rios. Flui no ritmo de Strauss, a melodia súbito se esvai e um novo motivo nasce do vazio. É música explosiva, viva, que busca a constante invenção. ------------------- Das grandes orquestras americanas do século da gravação, Cleveland era considerada a melhor pelos conhecedores. Não tinha a fama e o fulgor de New York e Chicago, mas era a mais confiável em excelência. É uma gravação sublime.