A ALEGRIA EM FORMA DE MÚSICA

Carpeaux tinha adoração por este concerto. Trata-se do Concerto para Violoncelo em Si Menor, de Antonin Dvórak. Consigo um cd com a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdã. O regente é Sir Colin Davies e o cello é solado por Heinrich Schutt. Philips, 1981. Quanto paguei? 10 reais! ---------------- O cello é um instrumento perigoso. Muitos o consideram o mais nobre dos instrumentos, mas quando mal usado ele se torna choroso, irritante. Então, se for escutar este concerto, cuidado com quem o executa. Coloco o cd para tocar. E.....Surpresa! O cello soa como algo alegre, vivo, exuberante. Mais fantástico que tudo: eu, que amo timbres, fico embevecido com a sonoridade do instrumento. Ele exala alegria sacana. -------------- São cerca de 40 minutos da mais surpreendente, leve e ao mesmo tempo profunda energia. A palavra é essa: Dvórak conseguiu criar um concerto que é perfeita trilha sonora para um dia de sol. A música, animada, ritmada, cheia de brilhos, nos leva à um mundo quase perfeito e sempre real. Temos a impressão que a orquestra, uma das big five do mundo, dança enquanto toca. Sou obrigado a dizer um cliché: festa para os ouvidos. ----------------------------- Para completar o mesmo cd tem a Serenata para Cordas em Mi Maior. Orquestra de Câmara Inglesa, regente Raymond Leppard, gravação Philips de 1976. Imagine uma brincadeira de esconde esconde numa cidade à noite. Voce corre pelas ruas levemente bêbado. Se esconde debaixo de um banco de jardim e ri ao ser descoberto. Esta música é assim. Mais festa para os ouvidos, mais vida esplendorosa, mais energia em forma de som. Posso colocar Dvorák entre meus favoritos já. O homem é brilhante!