WALKABOUT, FILME ADORADO POR CRÍTICOS ATUAIS, POR DANNY BOYLE E QUE FOI DIRIGIDO EM 1970 POR NICOLAS ROEG

Roger Ebbert o coloca nas alturas. Danny Boyle, nos extras deste dvd, diz que Roeg é O MAIOR DIRETOR DE CINEMA QUE A INGLATERRA JÁ TEVE. Eu desejo ver esse filme faz anos e finalmente posso o ver. ------------------------------------------- Dois irmãos, um menino de 8 anos e uma menina de 16, se perdem no deserto da Australia. Encontram um jovem aborígene que faz o percurso com eles. Na cultura nativa, todo menino aos 16 deve ficar dias no outback, sozinho, para aprender a viver lá. Os dois irmãos passam pela prova sem medo, sem desespero. --------------------- A fotografia do filme é brilhante. Nem precisaria dizer pois antes de ser diretor Roeg foi diretor de fotografia para David Lean, Schlesinger e Truffaut. A trilha sonora é de John Barry. E a menina é a muito jovem Jenny Agutter. Feito hoje não haveria a nudez de uma menor e nem as várias cenas de animais sendo mortos. O filme agrada a crítica de 2021 por ser ecológico, pró aborígenes, anti consumista. Roeg compara a carne em produção industrial e a carne que o aborígene caça. É um filme típico de 1970. ----------------------- Danny Boyle diz que ninguém é influenciado por David Lean, por exemplo. Lean intimida. Mas todo mundo hoje tem influências de Roeg. Ele é inspirador. Acho que Lean esqueceu de Spielberg, diversas vezes seguidor da cartilha David Lean de cinema. Diretores imensos como Lean ou Kurosawa podem assustar, mas inspiram sim. ------------------ Hoje o filme considerado o maior da história do cinema inglês é INVERNO DE SANGUE EM VENEZA, deste mesmo Nicolas Roeg. Acho Inverno um ótimo filme. Mas não é o melhor. ---------------------------- Danny Boyle e seus amigos elogiam tanto Roeg porque SE VEEM NELE. Nicolas Roeg é um experimentador, um modernista e faz simbolismos básicos. Ele é acessível para eles. --------------------------- WALKABOUT não me decepcionou porque vi os cometários de Boyle antes de ver o filme, então já assisti com suspeitas. O filme é chato. Muito, muito chato. ---------------------------- No final vemos a menina, já adulta e casada, conformada, lembrando da aventura no deserto. Em tempos de pandemia, é a melhor das mensagens: viver só se vive fora, às estrelas. Mas isso não redime o filme. É isso.