A FLAUTA MÁGICA . MOZART E BERGMAN.
Nos anos 70 havia anúncio de cinema na TV. Na Globo. Lembro de ver, em 1976, este filme sendo anunciado. Parecia uma festa. Tinha algo de SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO. Não o vi na época. Vejo agora. É uma festa. É a ópera fantástica de Mozart. Há quem ache ser esta sua obra mais reveladora. Tem espírito da maçonaria. É infantil em seu aspecto mágico. E é a grande paixão de Bergman. Nos extras vemos Bergman ensaiando a obra. Ele está feliz. Ri muito. É Mozart. -------------------------------- O filme é 100% Bergman. Imensos closes nos rostos dos cantores. Pauline Kael disse que era a ópera mais íntima já feita. Ela se encantou com essa proximidade. Me encanto com a alegria dos atores-cantores. Dizem que as imagens eram suntuosas. Minha cópia não foi consertada. As cores estão esmaecidas. Pena. ---------------------------- Mesmo assim é um filme digno de Bergman. É medieval. É simbólico. E fala do medo, o sentimento mais forte do ser humano. Como em Fanny e Alexander, é uma folia feliz, mas com tons de pavor à espreita. Devo falar da música? Algumas canções são belas como...Mozart. ---------------------------- É uma obra doce. Mas que nunca nos deixa esquecer que todo doce acaba. É um sonho em meio a pesadelos. Mágico? Sim. Mozart tinha certeza que magia era cotidiana. Bergman amaria crer nela. ---------------------- O filme é uma esperança.