DISCOS QUE ANDO OUVINDO...
Tem que se tomar cuidado com Brian Eno. Pode viciar. Dele ando ouvindo:
NO PUSSYFOOTING, primeiro solo dele, com Robert Fripp. Eno no estúdio, sem ensaio, faz um fundo de sons
produzidos por teclados, guitarras cascatas e baixos exóticos. Fripp sola ao seu modo: a guitarra geme, uiva,
vira Mercedez, vira avião. Looping insistente, cada faixa dura 20 minutos de repetição eterna. Eno está parindo
a new age. Nos primeiros 6 minutos voce fica muito tentado a jogar o disco no lixo. Depois se hipnotiza. E
percebe que cada repetição é única.
AMBIENT, MUSIC FOR AIRPORTS. É 1977 e nasce aqui a música ambiente. Eno estava no hospital. Uma amiga o visitou
e deixou o rádio ligado com volume muito baixo. Após alguns momentos, Eno começou a ouvir o rádio misturado com
os sons que o circundavam. Música com vozes de enfermeiras, pássaros cantando, sua própria respiração. Nascia a ambient
music. Música para se ouvir misturada aos sons do acaso, ao ambiente. Aqui temos sons de piano e de synths. Depois
vozes humanas. Tudo em eterna repetição, lenta, suave, quase inaudível. O ideal é imaginar sons de pessoas, aviões,
alto falantes chamando.
BEGEGNUNGEN. Deslumbrante. Uma obra prima que me impressionou profundamente. Falei sobre este disco em post anterior.
Ouvi outras coisas mais:
KARL BARTOS- Disco solo do ex percussionista do Kraftwerk. Pop ao extremo, lembra até o New Order. É de 2003 e tem
uma sonoridade límpida. Bartos era o lado mais leve do grupo. Legal.
SURFER ROSA - PIXIES. Nasce em 1988 o som dos anos 90. Nirvana todo aqui. Muito grito. Lembra até o clima do melhor
Tarantino. Em 2020 ainda é relevante.
TLC - CRAZYSEXYCOOL. Daqueles discos que estão em todas as listas mas a gente esquece de reouvir. Ele é mesmo sexy e cool.
Delicioso.