VINTE ANOS DENTRO DO SÉCULO ( QUE NÃO É MAIS NOVO, É SOMENTE JOVEM )

Está na hora de se fazer aquilo que é feito em todo século, separar o que está lá do que está cá. Não faz mais sentido se falar ou se fazer lista do "melhor disco de rock ", ou "melhor filme" de todos os tempos. O que deve ser feito é O MELHOR DO SÉCULO XX e então O MELHOR DO SÉCULO ATUAL. Ninguém compara Balzac e Dostoievski com Joyce e Borges. Manet e Renoir não entram em rankings com Picasso e Braque. Pode-se até falar que Michelangelo ou Rembrandt são os maiores da história, mas não se compara nenhum dels com Matisse. Claro que há o problema da transição. Henry James e Conrad por exemplo, não são nem século XIX e nem XX. Assim como Van Gogh e Gauguin. Eles são de dois tempos, ou de nenhum. Chega de colocar Hitchcock em rankings onde entram os cineastas nascidos em 1980 ou até 1990. Chega de dizer que tal disco é o melhor de sempre. É o melhor do século XX. Ou de agora. Não se compara dois mundos tão distantes. Claro que um diretor como Joel Coen ou Wes Anderson está na transição. Mas Scorsese é 100% século XX. Almodovar e De Palma também. No POP, mundo que não cessa de mudar, a turma da transição é enorme. Radiohead e Red Hot Chilli Peppers...são grupos dos anos noventa? Certo é que soa ridículo comparar Arctic Monkeys com Lou Reed ou Tom Waits com Kendrick Lamar. O século XX se foi faz tempo. Nunca o esqueceremos e talvez seu cinema e sua música fosse melhores. Mas deixe-os lá.