JEAN GABIN, VITTORIO GASSMAN, ROBERT BRESSON E OS ANOS 80.

Roger Ebert e Siskel são dois críticos que gosto. Inclusive já li dois livros de Roger. Um amigo me manda a lista dos 10 filmes favoritos de cada um. Nos anos 80, apenas. Ebert dizia ser contra listas, mas se arriscou e fez. A década de 80 é pra mim remota como um planeta distante. Seria muito mais fácil falar dos anos 40 ou 70. Anos 80 foi a última década em que se ia muito ao cinema. Mas aí voce diz: Mas como? Olha as bilheterias dos Vingadores!!!! Meu querido...no cinema de hoje TODOS vão ao mesmo filme e os outros 50 filmes mofam sem público. Nos anos 80 ainda haviam dez ou quinze filmes que davam lucro por mês. Observe: foi a última década do cinema realmente popular, salas baratas, fora de shoppings. Anos 80 me lembra fila na locadora também. Foi o inicio do fim. Foi uma década de ótimas comédias e grandes filmes de ação. Mel Gibson. Stallone. Arnold. Bruce Willis. Foram estrelas imensas. Nenhum ator tem hoje o alcance popular que eles tiveram. E ainda havia algo que deixou de existir sem que a gente percebesse: o cinema de arte feito em grande produção. O filme de arte caro. Voto em dez: Ran do Kurosawa. Fanny e Alexander, Bergman. Asas do Desejo, Wim Wenders. Os Eleitos, Philip Kauffman. Um Príncipe em Nova Iorque, de John Landis. Duro de Matar, de John McTiernan. Roger Rabbit de Zemeckis. Great Balls of Fire, de Jim MacBride ( ainda a mais fun bio de rock ), O Clube dos Cinco, de John Hughes. O Reencontro de Lawrence Kasdan. Mas é com dor no coração que deixo fora Curtindo a Vida Adoidado, Um Espírito Baixou em Mim e Hannah e Suas Irmãs. Ontem revi PICKPOCKET. Como sabemos se um diretor é realmente grande? Quando seus filmes parecem feitos em outro planeta. Aqui é o mundo Bresson. Árido como só um jansenista pode ser. Racional como só um francês é. Nota voce que é Crime e Castigo made in France? Ele rouba para ser pego um dia. E ao ser punido encontra o amor. Bresson não deixava que atores atuassem. Ele dizia que uma atuação distrai o público da moral da obra. Anti Brando. Anti Pacino. Anti todo ator que transforma todo filme em show pessoal. Marika Green tem o rosto que toda santa teria. Falo de Gabin e Gassman em outro post. As novas regras do blogger não permitem posts longos.