IGREJAS PEGANDO FOGO
Quando vejo igrejas incendiadas me vem imediatamente à cabeça a imagem de selvagens destruindo livros. Pessoas
como as que ateiam fogo a igrejas gostam de se imaginar como detentoras do iluminismo. Então sempre dizendo para nós,
ignorantes, lermos algum livro. O que elas são incapazes de perceber, é que destruir uma igreja revela a incapacidade
de ler um objeto histórico. Mesmo que essa pessoa seja materialista, ela, inculta que é, revela sua pobreza em
leitura. Igrejas são parte do passado, são história e são cultura. Seria pedir demais, eu sei, querer que esses incendiários entendessem
a complexidade da história da religião, mas que ao menos tivessem a inteligência de não destruir aquilo que não entendem.
É típico do ignorante sentir raiva daquilo que lhe é incompreensível. O que define a inteligência é a curiosidade.
Pessoas inteligentes sentem fascínio pelo desconhecido e pelo incompreensível. Pessoas idiotas sentem impotência diante do
foge à seu entendimento. Se sentem ameaçadas.
A igreja simboliza tudo que eles não conhecem: passado, conforto, tradição, união. O ato de queimar igrejas, ato
profundamente idiota, serve apenas para fortalecer a força de quem é contra aquilo que elas são: máquinas programadas
para odiar. Quem já tentou conversar com esse tipo de bárbaro sabe que tudo que eles transmitem é raiva e ressentimento.
Têm ira. E transformam essa ira em objetivo de vida. Não consigo ter raiva deles. Sinto o mesmo pelos cupins. São
nocivos, mas inconscientes.
Culpa têm seus mestres. Os políticos que os usam. Os milionários que lucram no kaos.
Atos desse tipo reafirmam minha certeza de estar no lado certo. Quanto mais oposto à eles me posicionar, melhor estarei.
Quero distância de quem pixa Morte ao Nazareno.
Eles não são O Mal. São animais. E como tal os considero.