COMEÇO AQUI UMA SÉRIE SOBRE OS ANOS 80 EM MÚSICA. A PIOR DÉCADA. MAS AQUELA QUE MAIS ESTIVE ATENTO.

1980.O Brasil ainda cheio de seres dos anos 70. Os críticos daqui, 100% anglófilos, nos faziam crer que em Londres só existiam punks e pós punks. Escondiam da gente que Queen era a banda mais querida de lá. Então para Ana Maria Bahiana, José Emilio Rondeau e Matinas Suzuki, só o Clash contava. London Calling era um milagre, e tudo o mais pouco importava. Mas no mundo real não era assim. Na Inglaterra a banda que mais vendia, de longe, era o Madness. Depois vinha Adam Ant e Gary Numan. Estou escrevendo isto ouvindo Ace of Spade do Motorhead, e de 1980 nada envelheceu menos que esse disco. 1980 foi a época do novo metal também: Iron Maiden, Accept, Saxon, Deff Leppard. O Judas Priest, mais velho que esses citados, estava no pico com British Steel. A revelação do ano para a New Musical Express era Pretenders. Já falo deles. Nos USA se ouvia Pat Benatar, Bruce Springsteen, Cars, Supertramp, Michael Jackson. Talking Heads tinham Remain in Light. Aqui eu passei o ano ouvindo MPB ( Salve Simpatia-Jorge Ben, Cinema Transcendental- Caetano, Luar- Gil ), A Cor do Som eu ouvi demais e tinha ainda o Moraes. Zennyatta Mondatta do Police, com aquela bateria espetacular do Stewart Copeland, o chato do Sting ainda não mandava. Pretenders I eu ouvia todo dia. Mandei carta pra Londres e me mandaram poster de Chrissie Hynde. Eu queria casar com ela. Making Movies do Dire Straits, B'52s Wild Planet. Foi um ano divertido pacas. No rádio FM tocava muito Gary Numan, The Wall do Pink Floyd, Bee Gees, e o começo do Rap com Kurtis Blow. Muita música black. Meus amigos de então? Diogenes era fã do B'52s. Mauro só ouvia black music. Tinho ouvia Van Halen. Meu irmão era Clash e Ramones. POP aqui era Fabio Jr. 1981 iria ser bem mais chato. Conto em outra. PS: 1980 foi o ano de Back in Black. Eu odiava. Em 2020 eu adoro. Nada como 40 anos pra mudar seu preconceito não é?