1988...a coisa se diversifica completamente

Em 1988 ouvíamos falar do eletro de Chicago, house de Detroit, os clubes de Manchester. Para quem não sabe, as tribos nos anos 80 eram bem divididas. Punks não gostavam de metaleiros, darks odiavam black music, o povo eletrônico tinha nojo de tudo que fosse antigo e o RAP era esnobado por todo mundo. Mas em 88, com a cena ACID HOUSE, as coisas começaram a se misturar. Os anos 90 finalmente chegavam. Na época eu comprei um disco chamado JACK THE TAB. Assustador. Uma colagem em que até som de exorcismo real entrava. Tinha cantos árabes, choradeira de enterro, gritos de hippies, tudo com batidas house de fundo. Esse disco, sozinho, me fez cair em novos tempos. Mas houve mais! O disco do POP WILL EAT ITSELF. Esse eu ouvia todo dia. Esses caras são muito mais importantes do que se pensa. Uma porrada hiper moderna na época. Porque até então, música eletrônica era tudo, dançante, alegre, esquisita, soturna, techno podia ser alegre e trágico, rico ou simples, mas NUNCA ERA BARULHENTO. A partir de 1988, eletro era também barulho. PESADO. Front 242. Young Gods. DE LA SOUL com 3 feet rise...o disco de RAP que misturou hippies na coisa. 1988 foi riquíssimo no hip hop. NWA vindo aos tiros, DIGITAL UNDERGROUND, e os Beastie Boys fazendo sua obra prima: PAULS BOUTIQUE. No meio do rock mais guitarreiro, Pixies dando as caras, My Bloody Valentine, Living Colour, Sonic Youth, e JANE'S ADDICTION com a obra prima Nothings Shocking. Passei 1988 ouvindo tudo isso.