BE COOL

Em 2005 lançaram a continuação do ótimo filme Get Shorty, o nome era Be Cool. Foi, ao contrário do filme de 1995, um fracasso em box office e crítica. Quanto ao espírito cool, foi perdido. Escrevi no post abaixo sobre a bela fase dos filmes cool feitos nos anos 90. Foi uma década em que o ponto exato desse tipo de produção foi acertada. A raiz do estilo cool são os filmes de assalto e de "golpes" feitos no final dos anos 60 e começo dos anos 70. Trilha sonora, diálogos, tipo de ator, ambientes, tudo é reciclado para o clima do fim do século. Mas, neste bobíssimo filme de F. Gary Gray, a referência deixa de ser Bullit ou O Golpe de John Anderson e se torna o espírito do rap. E o rap ama acima de tudo o Scarface de Al Pacino. Sai Steve McQueen e assume o Pimp. John Travolta é um péssimo ator sempre que se envolve em um péssimo roteiro. Ele não é o tipo que salva um filme. Seu personagem, Chili Palmer, tão genial no filme anterior, é quase um idiota aqui. Não fala nada que se aproveite, não tem muito o que fazer, serve de escada para uma cantora comum ( Cristina Milian ). Uma Thurman tem ainda menos o que fazer. Os dois têm uma cena de dança medíocre ao som de Sergio Mendes. Homenagem constrangedora à Pulp Fiction. Vince Vaughn faz um produtor de discos que pensa ser um negro. Vice imita Gary Oldman no filme de Tony Scott, aquele com roteiro de Tarantino. Porém, Oldman dá uma atuação de gênio naquele belo filme de 1993. Aqui Vince é Vince, um humorista sem graça. O filme tem ainda Cedric The Entertainer, André do Outkast, e The Rock fazendo um guarda costas gay. Steven Tyler aparece no filme. E rolam 3 clips da tal Milian. Sentiu o anti cool de Be Cool? Um filme cool jamais faz força para ser engraçado. Nunca tem frases que parecem propositalmente cool. A discrição e o comedimento são a regra. Aqui tudo é festivo. Um desastre.