Ele tem sido eleito neste século o melhor filme britânico da história. Breve Encontro, de David Lean é seu concorrente direto. O Terceiro Homem foi dirigido por Carol Reed. E se voce não sabe, nas décadas de 40, 50 e 60, ele é tão poderoso quanto Lean. Já assisti quase todos os seus filmes. Sempre são bons, e às vezes impressionantes. Em 1968 ele ganhou Oscar de direção pelo seu pior filme, OLIVER. Eu acho que a crítica nunca o perdoou por ter derrotado Kubrick e 2001 nesse Oscar. Carol Reed foi meio que exilado das citações críticas. E O TERCEIRO HOMEM passou quase, que idiotice!, a ser considerado um filme de Orson Welles!!!! ( Uma tese idiota e puramente política. Orson faz um papel. E só isso. Em 1949, ano do filme, ele já estava em baixa. O roteiro é de Graham Greene, um dos mais fortes e famosos escritores da Inglaterra, o diretor, Reed, era um dos reis do cinema inglês. Onde eles deixariam Welles meter o nariz no filme? ). Além do que, a famosa fotografia deste filme, de Robert Krasker, fotografia que é das mais bonitas já feitas em preto e branco, bem, esse estilo de fotografia é o estilo presente em 70% dos filmes ingleses da época. A Inglaterra dos anos 40 tem a fotografia de cinema mais fascinante de seu tempo. Krasker, Jack Cardiff, Otto Heller, Oswald Morris, Ronald Neame, todos usam sombras, névoas, umidade, como em nenhum outro lugar.
O filme se passa em Vienna, no imediato pós segunda guerra. Um americano, Joseph Cotten, veio encontrar um amigo, Orson Welles. Mas esse amigo está morto. Ou não? Pra não estragar o prazer do roteiro genial, não conto mais nada. Há no filme doses imensas de tragédia, maldade, tudo com o cenário de uma cidade em ruínas, um povo faminto, noites geladas, desconfiança geral. Foram à Vienna filmar tudo, usaram toda avenida bombardeada, cada beco sujo, hotéis suspeitos, e até o esgoto imenso. Orson Welles é talvez o mais odioso vilão já visto, e Cotten o mais ingênuo doa americanos. Temos ainda Alida Valli como uma tcheca fatalista e Trevor Howard como o inspetor inglês, uma ilha de bom senso em um universo de desespero.
Carol Reed não comete um só erro. É daqueles filmes perfeitos, tudo exato, nada demais, nada de menos. Cenas que se sucedem, esteticamente magníficas, mas jamais bonitas, mais que isso, são fantásticas. É uma obra prima e um dos mais belos filmes que assisti na vida.
Será o melhor filme inglês? Claro que não. Ou claro que sim. Como saber? Temos uns 10 filmes que merecem essa posição. Escolher um é trair os outros. E de traição, basta este filme.
O filme se passa em Vienna, no imediato pós segunda guerra. Um americano, Joseph Cotten, veio encontrar um amigo, Orson Welles. Mas esse amigo está morto. Ou não? Pra não estragar o prazer do roteiro genial, não conto mais nada. Há no filme doses imensas de tragédia, maldade, tudo com o cenário de uma cidade em ruínas, um povo faminto, noites geladas, desconfiança geral. Foram à Vienna filmar tudo, usaram toda avenida bombardeada, cada beco sujo, hotéis suspeitos, e até o esgoto imenso. Orson Welles é talvez o mais odioso vilão já visto, e Cotten o mais ingênuo doa americanos. Temos ainda Alida Valli como uma tcheca fatalista e Trevor Howard como o inspetor inglês, uma ilha de bom senso em um universo de desespero.
Carol Reed não comete um só erro. É daqueles filmes perfeitos, tudo exato, nada demais, nada de menos. Cenas que se sucedem, esteticamente magníficas, mas jamais bonitas, mais que isso, são fantásticas. É uma obra prima e um dos mais belos filmes que assisti na vida.
Será o melhor filme inglês? Claro que não. Ou claro que sim. Como saber? Temos uns 10 filmes que merecem essa posição. Escolher um é trair os outros. E de traição, basta este filme.