Leone pega Kurosawa e finge que a Espanha é o México. Convida um ator da TV americana pra estrelar a brincadeira. No roteiro, o herói quase não fala, sua atuação é só olhares e movimentos, lentos, do corpo. As cenas de ação se parecem com histórias em quadrinho, violência gráfica, nada real, angulosa e coreográfica. A moral não há, única mensagem possível é: sobreviva e tome uma grana dos trouxas. A trilha sonora é tão importante quanto as imagens, a música fala mais que os diálogos. Vale tudo neste filme: o samurai vira cowboy, mas o cowboy existe em um mundo que só houve nos filmes. Este México é feito de italianos, a paisagem é espanhola e os nomes das personagens são tão falsos como é o ruído amplificado dos tiros. Cada tiro é uma bomba de canhão. Clint vira Toshiro Mifune, é um japonês zen que só existe na cabeça de Leone.
Tudo está aqui, o cinema POP dos próximos cinquenta e tantos anos nasce aqui, já pronto. O italiano Leone pega Kurosawa e filma cena por cena Yojimbo. Todo mundo irá beber aqui, mas só mais tarde, á partir de 1985, 86...em seu tempo, 1964, é apenas um filme C, ignorado por críticos marxistas e adorado pelo povão sem arcabouço cultural.
É o melhor filme de Tarantino.
Tudo está aqui, o cinema POP dos próximos cinquenta e tantos anos nasce aqui, já pronto. O italiano Leone pega Kurosawa e filma cena por cena Yojimbo. Todo mundo irá beber aqui, mas só mais tarde, á partir de 1985, 86...em seu tempo, 1964, é apenas um filme C, ignorado por críticos marxistas e adorado pelo povão sem arcabouço cultural.
É o melhor filme de Tarantino.