Dion Leonard nasceu na Austrália e é corredor de maratonas extremas. Mora na Escócia e suas provas favoritas são aquelas que cruzam desertos. Já correu no Kahalari e no Saara. Em 2016 foi correr em Gobi, no nordeste da China. 240 km a pé. Montanhas, areias sem fim, dunas, e até um pântano.
Ele fala, brevemente, de sua infância dura e solitária. E de seu casamento com uma corredora. Parte Gobi adentro. No caminho, vinda do nada, uma cachorrinha vira lata começa a seguir Dion. Entre os dois nasce uma cumplicidade. Ela corre e corre e corre com ele. Debaixo de 48 graus. Na tempestade. No mato. Toda esta primeira parte do livro é muito boa. Sem enrolações e jamais humanizando o bicho, Dion escreve uma bela aventura. A camaradagem entre os competidores, o sofrimento físico, a beleza de correr, está tudo lá. Ele batiza a cachorrinha de Gobi.
E ela desaparece numa grande cidade da China. E aqui o livro cai. Vira paranoia. Vira burocracia. Vira medo. Não estraga nada eu dizer que Gobi é reencontrada. Ferida. E tudo termina com ela vivendo em Edimburgo, com o casal. Feliz. O livro está pronto para virar filme. E o filme pode ser bem bom, como o livro é, até a página 120.
De qualquer modo é bacana ler sobre a sociedade australiana e a comunidade de super maratonistas. E sobre Gobi, uma vira lata que veio do nada.
Ele fala, brevemente, de sua infância dura e solitária. E de seu casamento com uma corredora. Parte Gobi adentro. No caminho, vinda do nada, uma cachorrinha vira lata começa a seguir Dion. Entre os dois nasce uma cumplicidade. Ela corre e corre e corre com ele. Debaixo de 48 graus. Na tempestade. No mato. Toda esta primeira parte do livro é muito boa. Sem enrolações e jamais humanizando o bicho, Dion escreve uma bela aventura. A camaradagem entre os competidores, o sofrimento físico, a beleza de correr, está tudo lá. Ele batiza a cachorrinha de Gobi.
E ela desaparece numa grande cidade da China. E aqui o livro cai. Vira paranoia. Vira burocracia. Vira medo. Não estraga nada eu dizer que Gobi é reencontrada. Ferida. E tudo termina com ela vivendo em Edimburgo, com o casal. Feliz. O livro está pronto para virar filme. E o filme pode ser bem bom, como o livro é, até a página 120.
De qualquer modo é bacana ler sobre a sociedade australiana e a comunidade de super maratonistas. E sobre Gobi, uma vira lata que veio do nada.