A crítica de rock americana pode ser chamada de preguiçosa. Em suas listas de melhores há sempre o óbvio. Mas a crítica inglesa deve ser chamada de burra. Eles, que em sua maioria foram adolescentes nos anos 80, estão presos, sem perceber, nos dogmas de 1982: tudo o que lembra o rock hedonista de 1974 deve ser jogado fora. Em seu modernismo velho, eles repetem sem parar os preconceitos, que em 1982 faziam sentido, contra aquilo que soe como Stones ou Led Zeppelin. É uma maneira grosseira de ser muito velho tentando ser sempre jovem.
Ouço dois discos do Primal Scream. Xtrmnt foi elogiado em seu tempo. Riot City Blues foi mais que criticado, foi chamado de fiasco, vergonha. Riot vendeu bem, Xtr nem tanto. O grande pecado de Riot é lembrar muito tudo aquilo que em 1982 era vergonhoso e pouco chique: Faces, Status Quo, Deep Purple, Stones. Criticar com dogmas dá nisso: um desarranjo com a justiça e um distanciamento do gosto pop. Riot é um bom disco de rocknroll, e nisso não há pecado. Já Xtrm soa já estranhamente datado. O que é moderno sempre envelhece rápido. É um disco bacana, bom de ouvir, mas sua sonoridade é 100% virada de milênio. Nenhum problema em parecer ser de 2000, como não há problema em parecer ser de 1974. O que interessa é a criatividade. Ou a fé naquilo que se faz. A verdade que vive e respira no ato de criação. Riot é mais vivo. Parece de verdade.
Escuto também um disco muito odiado em 1977, o Barry White daquele ano, que tem o single Ecstasy. Engraçado é que o mesmo tipo de crítico preso a 1982, hoje elogia Barry White. Exatamente por ele ter sido tão detestado nos anos 70. Justiça seja feita, o som orquestral de mr. White é de uma beleza sublime. Bateria, baixo, violinos e piano soam como se tocados por anjos negros. Ecstasy é tudo aquilo que os caras do lounge querem fazer e nunca conseguem. O sonho do Brand New Heavies e do Tricky.
Por fim, 1974 é o ano do Status Quo e justiça seja feita: Quo é um disco do caralho!
Ouço dois discos do Primal Scream. Xtrmnt foi elogiado em seu tempo. Riot City Blues foi mais que criticado, foi chamado de fiasco, vergonha. Riot vendeu bem, Xtr nem tanto. O grande pecado de Riot é lembrar muito tudo aquilo que em 1982 era vergonhoso e pouco chique: Faces, Status Quo, Deep Purple, Stones. Criticar com dogmas dá nisso: um desarranjo com a justiça e um distanciamento do gosto pop. Riot é um bom disco de rocknroll, e nisso não há pecado. Já Xtrm soa já estranhamente datado. O que é moderno sempre envelhece rápido. É um disco bacana, bom de ouvir, mas sua sonoridade é 100% virada de milênio. Nenhum problema em parecer ser de 2000, como não há problema em parecer ser de 1974. O que interessa é a criatividade. Ou a fé naquilo que se faz. A verdade que vive e respira no ato de criação. Riot é mais vivo. Parece de verdade.
Escuto também um disco muito odiado em 1977, o Barry White daquele ano, que tem o single Ecstasy. Engraçado é que o mesmo tipo de crítico preso a 1982, hoje elogia Barry White. Exatamente por ele ter sido tão detestado nos anos 70. Justiça seja feita, o som orquestral de mr. White é de uma beleza sublime. Bateria, baixo, violinos e piano soam como se tocados por anjos negros. Ecstasy é tudo aquilo que os caras do lounge querem fazer e nunca conseguem. O sonho do Brand New Heavies e do Tricky.
Por fim, 1974 é o ano do Status Quo e justiça seja feita: Quo é um disco do caralho!