Sebald morreu em um acidente de carro. Em 2001. Estava no auge de sua carreira. Foi professor em Cambridge. Nasceu em 1943, na Alemanha. Difícil escrever sobre um livro tão melancólico e tão bonito. Vou recomeçar.
Sebald escreve quatro relatos. Nesses quatro relatos, de quatro pessoas e quatro famílias que não se conhecem, surgem pistas: Em todas surge um caçador de borboletas. E nós sabemos que ele é Nabokov. Por que será que Sebald usa Nabokov?
Errado eu ter começado assim este texto! Vai parecer que o livro é sobre o autor russo e não é! Longe disso! Ele só aparece um duas breves linhas, sem fala nem nada. Sebald e Nabokov nada têm em comum mas tudo rimam entre si. Ambos são exilados. Nabokov por imposição histórica, Sebald por não aceitar seu país. Ambos têm saudade.
A Alemanha era uma nação de judeus. Isso ninguém tem coragem de lembrar. Os nomes judaicos estavam por toda parte: Mannemann, Lubock, Goldstein, Heine...Os nazistas destruíram esse passado e assim mataram a alma alemã. Mas o livro não é sobre a guerra nem sobre os judeus. Mas no fundo, lá no fundo, é sim...
O livro fala sobre o campo: a Suíça, as montanhas, a alegria de viver no silêncio, no alto, no espaço amplo. Fala sobre a história de Manchester, sobre a feiura, sobre a industrialização. Narra a decadência da Inglaterra.
Será que voce nunca leu Sebald? Sua falha é imperdoável! Voce não sabe que seus livros são ficção biográfica. Ele enreda várias histórias com fatos históricos, enfeita as páginas com fotos pessoais e íntimas. Voce lê e não sabe o que é biografia e o que é ficção.
Ler Sebald é tomar contato com o melhor tipo de romance possível após os anos 60. O romance que mistura fato e invenção, foto e texto, passado distante e presente vago. E Sebald escreve como música. O texto é sonata de piano. O texto é também uma imagem congelada: O momento em que voce abre os olhos. A primeira chuva e o primeiro inverno.
Muitos escritores eu admiro, poucos eu gostaria de ter como amigo. Sebald é um deles.
Sebald escreve quatro relatos. Nesses quatro relatos, de quatro pessoas e quatro famílias que não se conhecem, surgem pistas: Em todas surge um caçador de borboletas. E nós sabemos que ele é Nabokov. Por que será que Sebald usa Nabokov?
Errado eu ter começado assim este texto! Vai parecer que o livro é sobre o autor russo e não é! Longe disso! Ele só aparece um duas breves linhas, sem fala nem nada. Sebald e Nabokov nada têm em comum mas tudo rimam entre si. Ambos são exilados. Nabokov por imposição histórica, Sebald por não aceitar seu país. Ambos têm saudade.
A Alemanha era uma nação de judeus. Isso ninguém tem coragem de lembrar. Os nomes judaicos estavam por toda parte: Mannemann, Lubock, Goldstein, Heine...Os nazistas destruíram esse passado e assim mataram a alma alemã. Mas o livro não é sobre a guerra nem sobre os judeus. Mas no fundo, lá no fundo, é sim...
O livro fala sobre o campo: a Suíça, as montanhas, a alegria de viver no silêncio, no alto, no espaço amplo. Fala sobre a história de Manchester, sobre a feiura, sobre a industrialização. Narra a decadência da Inglaterra.
Será que voce nunca leu Sebald? Sua falha é imperdoável! Voce não sabe que seus livros são ficção biográfica. Ele enreda várias histórias com fatos históricos, enfeita as páginas com fotos pessoais e íntimas. Voce lê e não sabe o que é biografia e o que é ficção.
Ler Sebald é tomar contato com o melhor tipo de romance possível após os anos 60. O romance que mistura fato e invenção, foto e texto, passado distante e presente vago. E Sebald escreve como música. O texto é sonata de piano. O texto é também uma imagem congelada: O momento em que voce abre os olhos. A primeira chuva e o primeiro inverno.
Muitos escritores eu admiro, poucos eu gostaria de ter como amigo. Sebald é um deles.