Muito distante da leveza de A Lebre com Olhos de Âmbar, este livro do artista plástico, ceramista holandês, de Waal, tem momentos entediantes e outros de beleza clara. Talvez o problema seja o tema. Se em seu livro anterior o assunto era, para mim, fascinante, colecionismo-história-tradições, aqui o tema acaba por não me tocar. Não conheço nada dos meandros da porcelana e o que descubro aqui, apesar de muito interessante, não me apaixona.
O livro começa com a invenção da porcelana, na China. Em 2012 de Waal vai para lá, ao local onde a porcelana era fabricada. Os números impressionam! O imperador mandava fazer 30 mil xícaras de uma só vez. Ou 200 mil pratos. A porcelana precisa de um tipo de argila especial e de um forno absurdamente quente ( 1400 graus ). Como resultado, temos a porcelana, uma espécie de milagre. Muito leve, muito branca, muito fina e resistente. Deixa passar a luz, é quase como vidro e emite um som ao ser tocada. Não é cerâmica! É porcelana.
Depois vem a Alemanha, Dresden. Lá, em 1730, o príncipe Augusto gasta fortunas com a porcelana chinesa. Ao mesmo tempo há a alquimia. Alquimia é fazer de uma coisa uma outra coisa. E a porcelana faz do barro uma outra coisa. É uma das melhores partes do livro. Entramos em laboratórios de alquimia, acompanhamos um amigo de Leibniz que descobre afinal um caminho. E então entra a lenda: um jovem descobre a pedra filosofal!!! É caçado por Augusto e vira um tipo de "químico-prisioneiro". Trancafiado, deve descobrir a fórmula do ouro. E, sem querer, descobre a secreta fórmula da porcelana. Tudo isso em mais de 20 anos de pesquisas e prisões. Então Dresden cria a porcelana de Meissen, a segunda do mundo. E domina a Europa.
Vamos à Inglaterra. E aqui acontece a outra boa história. Um químico de 18 anos vai trabalhar em Plymouth, e lá começa a pesquisar a porcelana nas horas vagas. Com a ajuda de um outro amigo, que fornece o capital, chegam à descoberta! Aqui a grande diferença inglesa: a porcelana é descoberta não por ordem real ou por magos alquímicos. É descoberta pelo indivíduo e pelo dinheiro.
Talvez o mais surpreendente no livro seja seu final. De Waal chega a Dachau, campo nazista onde havia uma fábrica de porcelana nazista. Himmler presenteava gente importante com porcelana. Sempre branca. Pura. Brilhante. Limpa. Perfeita.
Apesar dessas histórias maravilhosas, o livro nunca parece engrenar. Percebo que ele dá uma sensação de recomeço sem fim. Gira em círculo, como um torno.
O livro começa com a invenção da porcelana, na China. Em 2012 de Waal vai para lá, ao local onde a porcelana era fabricada. Os números impressionam! O imperador mandava fazer 30 mil xícaras de uma só vez. Ou 200 mil pratos. A porcelana precisa de um tipo de argila especial e de um forno absurdamente quente ( 1400 graus ). Como resultado, temos a porcelana, uma espécie de milagre. Muito leve, muito branca, muito fina e resistente. Deixa passar a luz, é quase como vidro e emite um som ao ser tocada. Não é cerâmica! É porcelana.
Depois vem a Alemanha, Dresden. Lá, em 1730, o príncipe Augusto gasta fortunas com a porcelana chinesa. Ao mesmo tempo há a alquimia. Alquimia é fazer de uma coisa uma outra coisa. E a porcelana faz do barro uma outra coisa. É uma das melhores partes do livro. Entramos em laboratórios de alquimia, acompanhamos um amigo de Leibniz que descobre afinal um caminho. E então entra a lenda: um jovem descobre a pedra filosofal!!! É caçado por Augusto e vira um tipo de "químico-prisioneiro". Trancafiado, deve descobrir a fórmula do ouro. E, sem querer, descobre a secreta fórmula da porcelana. Tudo isso em mais de 20 anos de pesquisas e prisões. Então Dresden cria a porcelana de Meissen, a segunda do mundo. E domina a Europa.
Vamos à Inglaterra. E aqui acontece a outra boa história. Um químico de 18 anos vai trabalhar em Plymouth, e lá começa a pesquisar a porcelana nas horas vagas. Com a ajuda de um outro amigo, que fornece o capital, chegam à descoberta! Aqui a grande diferença inglesa: a porcelana é descoberta não por ordem real ou por magos alquímicos. É descoberta pelo indivíduo e pelo dinheiro.
Talvez o mais surpreendente no livro seja seu final. De Waal chega a Dachau, campo nazista onde havia uma fábrica de porcelana nazista. Himmler presenteava gente importante com porcelana. Sempre branca. Pura. Brilhante. Limpa. Perfeita.
Apesar dessas histórias maravilhosas, o livro nunca parece engrenar. Percebo que ele dá uma sensação de recomeço sem fim. Gira em círculo, como um torno.