EDMUND DE WAAL, JUDEUS, CHARLATANS E RICHARDSON...

   Nem tudo está perdido! Alvíssaras! Edmund de Waal, o mais chique dos escritores vivos, lança livro novo! Sai pela Intrínseca PORCELANA. Edição bonita, vou comprar, vou ler e vou comentar.
  Lindas essas famílias judias tradicionais passeando pelas ruas. Elas me lembram a firmeza de fé e de caráter que foi o comum um dia. Depois fomos obrigados a ser "criativos", "livres", "originais".
  Em Wembley, na final da Cup, tocam Charlatans no intervalo.
  Sai em banca de jornal Pamela, de Samuel Richardson, um clássico famoso por ser chato. De 1740, ele inaugura, segundo meu professor favorito, o romance no ocidente. São 500 páginas sobre a tentativa de sedução de uma governanta por um sir. O romance é para mulheres. Todo romance foi para mulheres. Eram elas que tinham tempo para ler. As ricas.
  Mulheres da elite são todas parecidas. Os cabeleireiros e as maquiagens fazem com que todas tenham a mesma cara. Um rosto escovado, claro, fino, com o cabelinho flutuando ao redor. Num café, ruim e caro, uma delas diz: "Só loser olha para trás. O que passou tem de ser eliminado. Eu só olho pra frente."
  Mas não se assanhe. Mulheres da Vila Madalena são mais iguais ainda.
  Sebald tem livro editado agora. Ele diz que, ao contrário da Inglaterra e da França, onde todos os costumes e toda história foi mantida, a Alemanha é um país sem passado. O nazismo fez com que a velha Alemanha, o país de antes de 1936, desaparecesse.
  Não se editam mais livros de poesia. Mal sinal.