Uma das coisas mais bobas que a gente pode ver hoje é o povo em um show de rock. Falo dos grandes shows, tipo festival ou arena. É uma multidão de pessoas limpinhas, bonitinhas, tirando fotos e gravando o seu prazer e a sua sorte por estar lá. Tudo fica parecendo tão posado como o show em si. Até a viagem de droga parece posada.
No futebol a coisa ficou ainda pior.
A gente ia ao campo pra ver o jogo, claro. Mas principalmente pra ver a torcida. Quem entrou no Morumbi com 120000 pessoas e uma floresta de bandeiras, faixas, confete e tambores sabe do que falo. Mesmo o jogo mais ridículo, e eram muitos, virava festa. O ingresso custava o preço de uma Coca e um hot dog. A loucura era free.
Escrevo isso após dar mais uma lida no Febre de Bola, do Nick Hornby. E posto um dos jogos ícone dele: Leeds e Arsenal em Wembley. Mesmo no frio Wembley a gente sente a energia. E os jogadores, todos com rostos de loucos ou de caminhoneiros, dão o sangue para estar ali. A violência corre solta e eu não a defendo. Mas há algo de visceral nesse jogo selvagem e bretão, jogo que hoje só podemos ver na várzea. E pra onde foram esses garotos desdentados na arquibancada, os mesmos que formavam bandas de rock sujas, jogavam bilhar nos pubs e trabalhavam nas minas de carvão...
O futebol hoje é melhor jogado. Mas ao mesmo tempo ele tem uma limpeza, pretensão à classe alta, terminologia classe média, que fez dele um tipo de show da Broadway, exatamente o que aconteceu ao mesmo tempo com o show de rock.
Nick Hornby fala muito dos Buzzcocks, e eles, a banda, tinha dentes horrorosos e caras feias. Vejo num video que o ponta esquerda é banguela ( do Derby County, campeão êm 1972 ). Hornby fala que fãs de rugby ouviam Mozart. Os de futebol ouviam soul music e pegavam em seios de meninas.
Bem...hoje nem todos ouvimos Mozart. E não pegamos mais em seios de meninas. Mas todos nós somos torcedores de rugby. Isso sim é verdade.
No futebol a coisa ficou ainda pior.
A gente ia ao campo pra ver o jogo, claro. Mas principalmente pra ver a torcida. Quem entrou no Morumbi com 120000 pessoas e uma floresta de bandeiras, faixas, confete e tambores sabe do que falo. Mesmo o jogo mais ridículo, e eram muitos, virava festa. O ingresso custava o preço de uma Coca e um hot dog. A loucura era free.
Escrevo isso após dar mais uma lida no Febre de Bola, do Nick Hornby. E posto um dos jogos ícone dele: Leeds e Arsenal em Wembley. Mesmo no frio Wembley a gente sente a energia. E os jogadores, todos com rostos de loucos ou de caminhoneiros, dão o sangue para estar ali. A violência corre solta e eu não a defendo. Mas há algo de visceral nesse jogo selvagem e bretão, jogo que hoje só podemos ver na várzea. E pra onde foram esses garotos desdentados na arquibancada, os mesmos que formavam bandas de rock sujas, jogavam bilhar nos pubs e trabalhavam nas minas de carvão...
O futebol hoje é melhor jogado. Mas ao mesmo tempo ele tem uma limpeza, pretensão à classe alta, terminologia classe média, que fez dele um tipo de show da Broadway, exatamente o que aconteceu ao mesmo tempo com o show de rock.
Nick Hornby fala muito dos Buzzcocks, e eles, a banda, tinha dentes horrorosos e caras feias. Vejo num video que o ponta esquerda é banguela ( do Derby County, campeão êm 1972 ). Hornby fala que fãs de rugby ouviam Mozart. Os de futebol ouviam soul music e pegavam em seios de meninas.
Bem...hoje nem todos ouvimos Mozart. E não pegamos mais em seios de meninas. Mas todos nós somos torcedores de rugby. Isso sim é verdade.