É o segundo livro de Fisher que leio. Este foi escrito durante a segunda guerra. O lobo é a fome que rondava a América. Porque mesmo sem conflito em seu território, o país sofria com a falta de comida. Todo o poder americano ia para o esforço de guerra, e assim faltava tudo, de manteiga à gas, de trigo à carne.
Com seu estilo brilhante, ela ensina a fazer boa comida com pouco, muito pouco dinheiro. Devo admitir que nada do que ela ensina parece muito bom. É comida de guerra e hoje vale mais como curiosidade histórica. Mas uma coisa, ainda viva, se percebe no texto, coisa da qual Fisher fala com raiva em 1942 e que repercute ainda em 2016: O puritanismo americano que se revela inclusive no modo de comer.
Comida não pode ser sensualidade no modo puritano de pensar, e assim o ato de comer é modo limpo, prático e rápido de se matar a fome. Sempre que um jantar se revela algo mais que isso, é logo chamado de estrangeirismo, europeísmo ou ostentação pecaminosa.
Americanos comem pão branco que não cheira e não tem gosto, bebem café preto ralo ou chá, e almoçam milho, ervilha, batata e carne, tudo feito do modo mais simples e em grande quantidade. Inexiste o prazer do molho que leva horas para ser apurado, se desconhece o azeite, o vinho, o cozido que é temperado dias antes, os miúdos, as frutas em doces mirabolantes. A cozinha americana em sua raiz é austera, rígida, sem cheiro, sem consistência e muito cinzenta.
Hoje muita coisa mudou. Mas nos programas de TV continuamos a ver que 90% do que eles comem é composto de coisas fritas em gordura e doces grosseiros. Azeite continua a ser esquecido, vinho só em celebração, vegetais mais nobres só como ostentação.
Assim como acontece com seu modo de retratar o sexo ( varia entre coisa doentia ou festa de teenagers ), a comida aparece como mais uma função física do que um prazer da alma.
No Brasil urbano é quase a mesma coisa. Carne frita, arroz e feijão devorados para matar a fome. Mas revelamos nossa latinidade católica em nossas batidas de frutas, nos doces lusitanos, no tempo para fazer uma feijoada decente. O Brasil do churrasco é o novo Brasil. O velho é aquele da feijoada com caipirinha.
Com seu estilo brilhante, ela ensina a fazer boa comida com pouco, muito pouco dinheiro. Devo admitir que nada do que ela ensina parece muito bom. É comida de guerra e hoje vale mais como curiosidade histórica. Mas uma coisa, ainda viva, se percebe no texto, coisa da qual Fisher fala com raiva em 1942 e que repercute ainda em 2016: O puritanismo americano que se revela inclusive no modo de comer.
Comida não pode ser sensualidade no modo puritano de pensar, e assim o ato de comer é modo limpo, prático e rápido de se matar a fome. Sempre que um jantar se revela algo mais que isso, é logo chamado de estrangeirismo, europeísmo ou ostentação pecaminosa.
Americanos comem pão branco que não cheira e não tem gosto, bebem café preto ralo ou chá, e almoçam milho, ervilha, batata e carne, tudo feito do modo mais simples e em grande quantidade. Inexiste o prazer do molho que leva horas para ser apurado, se desconhece o azeite, o vinho, o cozido que é temperado dias antes, os miúdos, as frutas em doces mirabolantes. A cozinha americana em sua raiz é austera, rígida, sem cheiro, sem consistência e muito cinzenta.
Hoje muita coisa mudou. Mas nos programas de TV continuamos a ver que 90% do que eles comem é composto de coisas fritas em gordura e doces grosseiros. Azeite continua a ser esquecido, vinho só em celebração, vegetais mais nobres só como ostentação.
Assim como acontece com seu modo de retratar o sexo ( varia entre coisa doentia ou festa de teenagers ), a comida aparece como mais uma função física do que um prazer da alma.
No Brasil urbano é quase a mesma coisa. Carne frita, arroz e feijão devorados para matar a fome. Mas revelamos nossa latinidade católica em nossas batidas de frutas, nos doces lusitanos, no tempo para fazer uma feijoada decente. O Brasil do churrasco é o novo Brasil. O velho é aquele da feijoada com caipirinha.