FIDEL SE FOI

   A mente esquerdista é romântica. E como tal, ela se recusa a encarar o mundo real. A revolução cubana foi pintada como a vitória do pequeno contra o grande. Fidel então era um tipo de Robin Hood latino. As mentes esquerdistas o congelaram nesse momento de glória. E fecharam os olhos para tudo o que veio depois. Mais uma vez negaram a realidade.
  Fidel foi congelado e congelou a sua ilha. Cuba se tornou um museu vivo. E uma ruína triste. Países capitalistas, vizinhos, como Costa Rica e Jamaica foram adiante, Cuba como uma virgem se manteve pura. Os comunistas, sempre puritanos, se enamoraram pela ilha. Ela se tornou o xodó. E Fidel, matando gays, dissidentes, vendo gente fugir em balsas e cercado por puxa sacos, sendo um ricaço entre pobres cubanos, se tornou um totem.
  O mundo mudou e o capitalismo, sempre adaptável, vivo, plástico, mudou com ele. Fidel não. Ditador por mais de 50 anos, se manteve uma rocha. Cuba ficou à parte de tudo. Perdeu relevância, virou piada.
  O destino do comunismo virou piada. O movimento, antes vanguarda, hoje é mofo. Velhos e novos comunas, múmias saudosistas, suspiram pelo fim do capitalismo. Se recusam a ver que o capitalismo é inerente ao homem. O comunismo é artificial, forçado, fadado ao fiasco sempre.
  Fidel morreu. O rei se foi e deixou o irmão no troninho.