ROCK IN RIO 2015

   Há toda uma geração mimada que hoje faz rock. A gente nota isso no modo como eles se apresentam. O Sheppard mostrou bem isso. Uma banda bonitinha, da Austrália, imitando o pior do Fleetwood Mac. E não foi ruim. Foi um tipo de bailinho de 15 anos.
   Falei milhões de vezes que o rock é agora outra coisa. Sam Smith é rock. Visto em 2015 ele é rock. Faz soul diluído. Deve ter escutado bastante Jamiroquai. Seal. E Simply Red. Aprender a diluir com diluidores. Duvido que entenda Smokey ou Al Green. Esses caras tinham fome. E tinham fé. Sam Smith apenas canta.
   Elton John foi uma surpresa boa. Estava feliz e trouxe Dee Murray e Nigel Olsson. Solou ao piano. Bastante. E não tocou Honky Cat. Aliás seu repertório é tão rico que dava pra tocar mais duas horas só com hits. Rod Stewart envelheceu bem. Está bronzeado e bonito. Magro  e feliz. E trouxe várias mulheres ao palco. Isso ele aprendeu com Ferry. O show foi curto e ele não cantou as melhores músicas de sua carreira. Foi divertido. Ele sabe viver.
  O Motley Crue mostrou o destino do rock de arena dos anos 80.
  E o Metallica foi chato, melancólico, burocrático. Rock pesado tem de ser sincero. Não dá pra disfarçar. É excelente ou é ruim. O Faith No More foi tédio puro. Tudo neles parece mais do mesmo. Durante dez minutos parece ótimo. Depois vira martírio.
  Hollywood Vampires. Uma banda que fez rock com cara de rock. Tem visual, tem pose e tem festa. Adorei. Tocaram tudo: T Rex, Love, Spirit, Stones, Who....Alice Cooper ainda tem voz e Joe Perry está ótimo. E tá lá o Johnny....o cara sabe.
  Shows de Las Vegas são o grande lance do rock. Luzes, paetês e plumas. Dança. Tom Jones com Elvis. Ann Margret com Minelli. Isso tem sempre. Isso faz dinheiro.
  E tem as bandinhas do bem. Os bacaninhas fofos.
  Nada foi como Jack White. Ou Bruce cantando Raul.
  Foi balada.