BLUESBREAKERS, MAYALL, CLAPTON, MCVIE E FLINT.

   Clapton is God.
   Foi por causa deste disco que essa pichação virou mania na Londres de 1966. E se a gente lembrar em 2015, que na época guitarra era aquela de George Harrison, Roger McGuinn e Brian Jones, todos ótimos, mas todos com cara de 1965, este disco, de 1966, mostra o porque do choque que Eric causou. É o primeiro disco "de guitarra" da história do rock.
   Porque mesmo o Yardbirds de Eric, e então de Jeff Beck, era banda de vocal e de harmônica. A guitarra era uma segunda ou terceira voz, notada só pelos mais freaks. neste disco ela se torna o centro, a estrela.
  Quem leu o livro de Eric sabe que ele é um iluminado. Sua estrada pessoal começou aqui, homenageando os mestres. O cara-pálida inglês tenta ser um negro do Mississipi. Inventa outra coisa. O grande herói da guitarra. Na sua cola vem Peter Green no Fleetwood Mac original, e Jeff Beck no disco Thruth. ( Hendrix é americano, e a América nego, é outra lenda ).
  Seria bom ouvir os 3 discos juntos. O disco de Eric abrindo todos os timbres e escalas do blues rock. O baixo de John McVie e a voz e teclados de John Mayall levando a banda com generosidade. É dançável e tem um dos top de todo o rock: Have You Heard About my Baby. De chorar. O disco faz com Layla e 461 Ocean Boulevard, os três grandes discos de Clapton. ( E também vários singles do Cream ). Depois o primeiro disco do Fleetwood Mac desenvolvendo a linguagem com maior agressividade e punch. E o disco de Beck, a cristalização do estilo. Tudo pronto então para a irrupção do big rock dos guitarristas dos anos 70.
  Eric viraria as costas a tudo isso. Sua estrada o levaria ao mundo mais clean, menos egocêntrico do rock amigável de The Band e J J Cale.
  Os 3 discos se ouvem muito bem neste tempo de salada geral. Aqui nasce o primeiro ingrediente. A mistura América e Europa.